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Senadores governistas encontram Onyx para discutir compra da Covaxin

Nessa quarta, Planalto negou qualquer suspeita e disponibilizou aos parlamentares da CPI os contratos que envolvem as negociações

atualizado

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Onyx
1 de 1 Onyx - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Senadores da base aliada do governo federal na CPI da Covid estiveram, na manhã desta quinta-feira (24/6), em uma reunião com o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni.

O encontro, fora da agenda do ministro, ocorre após a cúpula do colegiado sinalizar possível esquema para favorecer a compra de vacinas Covaxin pelo Ministério da Saúde.

Estiveram presentes no café da manhã com Onyx e assessores os senadores governistas: Marcos Rogério (DEM-RO), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e o vice-lider do governo no Senado, Jorginho Mello (PL-SC).

Após a reunião, Mello disse a jornalistas que um dos assuntos na pauta foi, justamente, os trâmites que envolvem a aquisição das vacinas indianas.

Ainda segundo o vice-líder do governo, o Planalto disponibilizou aos senadores os contratos que envolvem as negociações.

“Nos apresentaram a documentação, não foi adquirido nada, não foi pago R$ 1. Todas as perícias e encaminhamento que tinham que ser dados já foram dados pelo governo”.

Entenda

As negociações para a compra da vacina indiana entraram na mira da CPI após o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, alertaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre possíveis irregularidades da aquisição da vacina.

O deputado Luis Miranda alertou um ajudante de ordens do presidente sobre uma possível corrupção no processo de compras do imunizante indiano. A pedido do congressista, o nome do militar foi preservado.

“Avise o PR [presidente da República] que está rolando um esquema de corrupção pesado na aquisição das vacinas dentro do Ministério da Saúde. Tenho provas e as testemunhas. Sacanagem da porra… A pressão toda sobre o presidente e esses ‘FDPs’ roubando”, escreveu o parlamentar às 12h55 do dia 20 de março. Como resposta, o auxiliar de Bolsonaro respondeu com uma Bandeira Nacional.

Uma hora depois, Miranda insistiu: “Não esquece de avisar o presidente. Depois, não quero ninguém dizendo que eu implodi a República. Já tem PF e o caralho no caso. Ele precisa saber e se antecipar”. Da mesma forma, a resposta foi com o símbolo nacional.

O congressista, então, afirmou ao ajudante de ordens que estaria “a caminho”, dando a entender que faria uma visita a Bolsonaro no Planalto. Dois dias depois, no dia 22 de março, Miranda encaminhou documentos para o mesmo número do ajudante de ordens presidencial. “Meu irmão quer saber do presidente da República como agir”, insistiu.

Em outras mensagens, disparadas por WhatsApp no dia 23 de março deste ano, o deputado questionou um ajudante de ordens de Bolsonaro o motivo da falta de respostas sobre do presidente sobre a pressão sofrida pelo irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é concursado do Ministério da Saúde, para autorizar a aquisição do imunizante indiano.

“Bom dia irmão, o PR [presidente da República] está chateado comigo? Algo que eu fiz? Só precisamos saber o que fazer em uma situação como essa”.

Como resposta, o militar que assessora o presidente da República respondeu: “Bom dia. Negativo, deputado. São muitas demandas. Vou lembrá-lo”.

“Obrigado irmão. Você sabe que a vontade é de ajudar. Estamos juntos”, agradeceu o deputado, mas acabou ficando sem respostas.

Após a repercussão do caso, o ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, informou nessa quarta-feira (23/6) que o governo vai pedir que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiguem os irmãos Miranda.

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