Senadores e deputados comentam o resultado da votação
Governistas acreditam que a situação poderá ser revertida no Senado, mas oposição acredita ter os votos necessários para afastar definitivamente Dilma Rousseff
atualizado
Compartilhar notícia
Com o término da votação na Câmara dos Deputados que aprovou o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), deputados e senadores de todos os partidos repercutiram a decisão.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), por exemplo, avalia que o Senado deve admitir o processo de impeachment contra Dilma e, por consequência, afastar a presidente do cargo por até 180 dias. “A recepção vai se dar”, disse a senadora. Apesar disso, segundo ela, a discussão continua durante o processo de julgamento da presidente no Senado. Gleisi afirmou que o Senado é “mais responsável” e é possível fazer um debate técnico. “O Senado tem um espaço diferenciado para fazer o debate”, afirmou.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), demonstrou confiança de que a oposição terá votos suficientes tanto para o afastamento provisório da petista quanto para a saída em definitivo do cargo. “Chegaremos aos 54 votos para o afastamento definitivo”, disse.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse “enojado com a decisão da Câmara”. Já o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou que caberá aos senadores dar prosseguimento à decisão da Câmara com “responsabilidade” e “sem açodamento”. O também peemedebista Romero Jucá (RR) disse que “convocar novas eleições não é saída institucional”.
Deputados
Na Câmara, a votação também dividiu opiniões. “Este foi o dia do julgamento mais injusto da história do Brasil. O TCU (Tribunal de Contas da União) é o órgão auxiliar desta Casa, responsável por julgar as contas da presidente Dilma. Esse pedido de impeachment não tinha base jurídica. Foi uma cassação, fruto do ódio e da vingança de Eduardo Cunha em conjunto com essa oposição”, reclamou o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE).
O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu a votação e voltou a criticar a gestão Dilma Rousseff: “O governo sequer tem ministérios. A máquina (administrativa) e o Brasil vão parar a partir de amanhã”, disse. Sobre a acusação de que o processo contra Dilma se trata de vingança, Cunha afirmou que o papel dele “não tem personalidade. É papel de presidente, não do Eduardo Cunha”, comentou.