Senadores da CPI acionam Polícia do Senado contra colunista da Folha
Em artigo, o sociólogo Celso Barros afirma que Eduardo Girão e Luiz Carlos Heinze integram um suposto “consultório do crime”
atualizado
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A pedido de bolsonaristas, a Polícia do Senado Federal abriu investigação contra o sociólogo Celso Rocha de Barros, colunista do jornal Folha de S.Paulo, por causa do artigo Consultório do Crime, publicado no dia 9 de maio.
Os pedidos foram feitos pelos senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na CPI da Covid. A informação foi confirmada ao Metrópoles pela assessoria de imprensa de Girão.
Ambos foram citados no artigo de Barros, que faz alusão ao Escritório do Crime, grupo de assassinos de aluguel que atua no Rio de Janeiro. O ex-policial Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020, fazia parte desse grupo.
“Falando em Queiroz, se no Rio de Janeiro Bolsonaro era amigo do chefe da milícia ‘Escritório do Crime’, na CPI é defendido pelo que podemos chamar de ‘Consultório do Crime’, um grupo de senadores que buscam tumultuar a investigação mentindo sobre medicina. Seus principais representantes são Eduardo Girão (Podemos-CE) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS)”, escreveu Barros, no artigo.
“Girão e Heinze mentem sobre a eficácia da cloroquina, mas o curandeirismo presidencial não é o principal crime que tentam acobertar”, acrescentou o sociólogo.
Em nota, o senador Girão ressalta que o sociólogo fez “acusações gravíssimas”. Veja a íntegra:
“A coluna do sociólogo da Folha de São Paulo não emitiu apenas opinião mas fez acusações gravíssimas associando nosso mandato a um pseudo ‘consultório do crime’.
Chega ao ponto de nos acusar como cúmplice pela morte de 100 mil pessoas, em função da nossa defesa do tratamento precoce, que tem sua eficácia sustentada por milhares de médicos e infectologistas, desde que aplicado no início dos sintomas da infecção.
Reafirmo a minha condição de independência em relação ao governo federal, assim como reafirmo a plena defesa da liberdade de expressão como pilar fundamental da democracia.
Críticas são legítimas e saudáveis, mas quando extrapolam para acusações levianas e difamatórias precisam ser devidamente apuradas em nome da justiça e da verdade”.
A reportagem tenta contato com os advogados de defesa de Celso Barros. O espaço está aberto.