Senadora do PSL defende ministro do Turismo: “Todos são inocentes”
Soraya Thronicke evocou o princípio da presunção da inocência para defender a permanência de Marcelo Álvaro Antônio no governo
atualizado
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Após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta sexta-feira (04/10/2019), a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) defendeu o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que foi indiciado pela Polícia Federal pelo uso de candidaturas-laranja do partido, em Minas Gerais.
Na defesa, a parlamentar lançou mão do princípio constitucional de presunção de inocência. “Nós temos que respeitar que todos são inocentes até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória ponto final. Por esse motivo, eu sequer vou tocar nesse assunto”, disse a senadora, que fez elogios à capacidade do ministro de gerir a pasta.
“Ele tem condições, sim, de tocar, é um excelente gestor. E vai ter direito ao contraditório, à ampla defesa e eu acredito que tudo vai finalizar bem. Mas todos são inocentes até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”, disse.
A senadora, no entanto, evitou comentar se a regra valeria para condenações em segunda instância, como a que prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não quero nem tocar no assunto”, disse.
Para ela, a presença do ministro no governo, mesmo indiciado, não representa um desgaste para o governo. “O que desgasta o governo é a falta de informação. É a gente não conseguir passar, replicar na mídia todos os feitos que o governo tem”, reclamou a senadora que é presidente do PSL Mulher.
Segundo a senadora, o indiciamento do ministro por parte da Polícia Federal não foi assunto da conversa com o presidente. “Não conversei sobre isso com o presidente, principalmente porque basta entrar na politica para você ter processo e inquérito. Basta entrar”, destacou.
O ministro do Turismo foi indiciado pela PF no inquérito que apura a utilização de candidaturas laranja para desviar recursos do fundo partidário nas eleições em Minas Gerais. Mesmo após o indiciamento, o presidente da República decidiu mantê-lo no cargo e aguardar a posição do Ministério Público, que pode abrir ou não ação penal contra o ministro.
A decisão de Bolsonaro foi comunicada pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, que afirmou que o presidente Jair Bolsonaro decidiu “aguardar o desenrolar do processo”.