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Senador vai acionar Petrobras após mensagens de Castello Branco

Em diálogos obtidos pelo Metrópoles, ex-presidente da estatal chamou Bolsonaro de “psicopata” e disse que tinha celular comprometedor

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1 de 1 imagem colorida presidente da Petrobras, Jean Paul Prates - Metrópoles - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O líder da minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates (PT-RN), vai acionar a Petrobras para solicitar informações sobre declarações do ex-presidente da companhia Roberto Castello Branco. Ele afirmou, em um grupo de mensagens com outros economistas, ter disposto de material que poderia incriminar o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em troca de mensagens obtidas com exclusividade pelo Metrópoles, Castello Branco disse que o celular corporativo que devolveu à empresa quando deixou o cargo, em abril de 2021, tinha mensagens e áudios comprometedores.

“Vamos oficiar a Petrobras solicitando essas informações. Todo mundo sabe que o presidente achaca diariamente a empresa que deveria ajudar a nortear, mas é importante saber exatamente quais crimes ele cometeu, ou se realizou ameaças pessoais”, disse o senador.

“Mesmo tendo minhas divergências com o ex-presidente da Petrobras Castello Branco, sei que não é assim que se conduz uma empresa pública, sob ameaças e impropérios. É importante que se esclareça exatamente o dano que Bolsonaro impôs à empresa e ao Brasil”, continua.

A equipe do senador está finalizando o documento e devem oficializá-lo até terça-feira (28/6).

Entre petistas ouvidos pelo Metrópoles, Jean Paul Prates é dado como “nome certo” para assumir uma “estatal do ramo energético” a partir de 2023, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições deste ano.

Entenda

Castello Branco debatia com Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, em um grupo de economistas em um aplicativo de mensagens, sobre a elevação do preço dos combustíveis. A conversa ocorreu ao longo do último sábado (26/6).

Novaes diz que o colega economista – primeiro presidente da Petrobras na gestão de Bolsonaro, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – ataca a atual gestão do governo federal.

“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, afirmou o ex-presidente da estatal.

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Prints das mensagens do ex-presidente da estatal
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Castello Branco alega que mensagens incriminam Bolsonaro

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Prints das mensagens do ex-presidente da estatal

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Prints de mensagens de Castello Branco

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“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, concluiu Castello Branco, sem entrar em detalhes sobre quais crimes o presidente teria cometido e estariam registrados no aparelho.

Em outro trecho da discussão, Roberto Castello Branco classifica Bolsonaro como “psicopata” ao relatar uma teoria conspiratória que teria sido dita a ele pelo chefe do Executivo federal.

“Já ouvi de seu presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”, afirmou o ex-dirigente da petrolífera. Castello Branco tinha assumido o comando da empresa justamente depois de trabalhar por 15 anos na Vale, onde foi economista-chefe e diretor de relações com investidores.

Castello Branco deixou o comando da Petrobras após sucessivos ataques de Bolsonaro pelos reajustes sucessivos nos preços da gasolina e do diesel, que levaram a pressões de caminhoneiros sobre o governo federal.

Metrópoles entrou em contato com Roberto Castello Branco. O economista afirmou que não iria falar sobre o assunto, mas não negou a veracidade da conversa. “Se nunca comentei, não vou comentar agora. Até porque me desfiz das provas”, respondeu ao questionamento da reportagem.

Rubem Novaes também disse que não comentaria a troca de mensagens, porque ela aconteceu em um grupo fechado, e também não negou a autenticidade da discussão.

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