Senador quer convocar chanceler após fala de Bolsonaro a embaixadores
Fabiano Contarato (PT-ES) apresentou requerimento em que pede convocação do ministro Carlos França para prestar esclarecimento sobre reunião
atualizado
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O senador Fabiano Contarato (PT-ES) apresentou, nesta terça-feira (19/7), um requerimento de convocação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França (foto em destaque), para que esclareça a reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores no Palácio do Planalto. Nela, o mandatário da República voltou a colocar em dúvida a lisura do processo eleitoral do país.
O pedido do petista é para que o titular do Itamaraty compareça na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal após o recesso parlamentar, que teve início nessa segunda-feira (18/7).
Contarato defende que os diplomatas presentes no encontro convocado por Bolsonaro ficaram “abalados”. O senador argumenta, com base em reportagem do jornal norte-americano New York Times, que o presidente está “preparando as bases para uma tentativa de golpe, se perder as eleições presidenciais deste ano”.
“A acusação de fraude do sistema eleitoral é uma prática populista daquele que está prestes a perder as eleições, assim como ocorreu nos Estados Unidos da América sob a gestão de Donald Trump, que insuflou seus apoiadores a recusar o resultado das eleições de 2020 e a invadir o Congresso Americano”, lembra o parlamentar no requerimento.
Leia a íntegra:
Requerimento convocação Carlos França by Metropoles on Scribd
Reunião com embaixadores
Em encontro convocado por Bolsonaro com embaixadores de 40 países, o presidente voltou a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro de urnas eletrônicas. Por mais de 45 minutos, o chefe do Executivo também criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou que o governo está empenhado em apresentar uma “saída” para as eleições deste ano.
As falas do presidente levaram parlamentares da oposição a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de investigação contra o chefe do Executivo federal.
Deputados do PT, PSol, PCdoB, PDT, Rede, PSB e PV denunciam a prática de crime contra as instituições democráticas, de crime eleitoral, crime de responsabilidade, de propaganda eleitoral antecipada e ato de improbidade administrativa.
Advogados ligados a Lula veem crime de Bolsonaro em ato com diplomatas
O chefe do Palácio do Planalto repetiu argumentos desmentidos por órgãos oficiais e reiterou que as eleições deste ano devem ser “limpas” e “transparentes”. Mais uma vez, Bolsonaro não apresentou provas contra o sistema eleitoral.