Senador que viajou com Bolsonaro testa positivo para coronavírus
Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Nelsinho Trad estava na comitiva brasileira que foi à Flórida
atualizado
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O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) informou na noite desta sexta-feira (13/03) que testou positivo para o novo coronavírus. Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, foi um dos integrantes da comitiva do presidente Jair Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos. Outro senador, Jorginho Melo (PL-SC), que também esteve no grupo, havia anunciado horas antes que o exame dele dera negativo.
Leia a nota do senador enviada ao Metrópoles e replicada em um tuíte no perfil dele:
“Estive, como todos sabem, a trabalho, representando o Senado Federal na viagem com o presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos. No retorno ao Brasil, fomos todos da comitiva que viajou com o presidente surpreendidos, quando um dos integrantes do voo de regresso foi positivado para o Covid-19. Segui fiel e estritamente os protocolos de quem se enquadra em comunicante de caso. Fiz o exame, que resultou positivo. Serenamente, com fé em Deus, e atendendo todas as orientações dos profissionais de saúde envolvidos nesse enfrentamento, estou em casa com a minha família, guardando o período de isolamento. Não há de se agravar. Com fé em Deus, sempre aprendi que problemas existem para serem solucionados.”
Cont. Segui fiel e estritamente os protocolos de quem se enquadra em comunicante de caso. Fiz o exame, que resultou positivo. Serenamente, com fé em Deus, e atendendo todas as orientações dos profissionais de saúde envolvidos nesse enfrentamento, estou em casa com a minha família
— Senador Nelsinho Trad (@nelsinhotrad) March 14, 2020
Depois de voltar de viagem, Trad esteve no Senado. Na quarta-feira (11/03), foi um dos participantes do encontro de emergência sobre a crise do coronavírus entre integrantes da cúpula do governo federal com o comando do Congresso, no qual os representantes de Jair Bolsonaro alinhavaram a liberação de mais dinheiro para o combate ao vírus.
Na reunião, estiveram os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lideranças partidárias de diversas siglas e os ministros da Economia, Paulo Guedes; da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira; e da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
E agora?
Agora, os parlamentares terão que decidir se mantêm os trabalhos do Congresso. Desde a noite de terça-feira, está em avaliação a possibilidade de que o presidente do Congresso, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), decrete recesso parlamentar. Nesta sexta-feira, ganhou corpo a tese de que isso ocorreria caso algum parlamentar fosse diagnosticado com Covid-19.
Interlocutores ligados ao comando da Casa avaliaram ao Metrópoles que a possibilidade de paralisação das atividades divide as bancadas.
Estão sendo analisadas possíveis consequências das manifestações e panelaços programados para domingo (15/03). Analistas Legislativos e lideranças não querem que o Congresso esteja fechado caso haja protestos — sobretudo porque atos com medidas de segurança contra o coronavírus foram publicados na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Parlamentares acreditam que a decisão poderia ser mal vista pela população, inflamada pelas declarações de Bolsonaro e dos filhos do presidente, que fizeram cobranças públicas ao Parlamento.
Na quinta-feira (12/03), líderes se reuniram com o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que comandou o encontro no lugar do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em Manaus acompanhando um evento da Honda. Apesar da distância, o senador manteve contato com o grupo por WhatsApp, por meio no qual mantêm a conversa nesta sexta (13/03).