Senador pede quebra de sigilo bancário e telefônico de Hans River
Alessandro Vieira diz que ideia é confirmar se o funcionário mentiu ao afirmar que repórter se insinuou sexualmente em troca de informações
atualizado
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O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou dois requerimentos nesta terça-feira (18/02/2020) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News para que sejam quebrados os sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Hans River e da empresa dele. Ex-funcionário da Yacows, uma das companhias que teriam sido contratadas para fazer disparos em massa via WhatsApp nas eleições de 2018, ele mentiu, na semana passada, em depoimento ao colegiado.
Na ocasião, Hans acusou a repórter da Folha de S.Paulo Patricia Campos Mello, responsável pela denúncia do esquema, de se insinuar sexualmente para ele em troca de informações. Segundo o jornal, que publicou matéria com reproduções dos diálogos entre a repórter e o funcionário, questionando as declarações, ele foi ouvido por diversas vezes e confirmou as informações que constam na reportagem.
Hans foi convocado pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP) como testemunha para falar sobre esquema de disparo em massa – ele movia uma ação trabalhista contra a empresa, que baseia parte da reportagem da Folha.
Para justificar os requerimentos, Vieira argumenta que, sem a quebra do sigilo, não seria possível precisar quem – Hans ou Patrícia – está falando a verdade acerca do teor dos diálogos entre eles e, por isso, faz-se necessário quebrar o sigilo. Ele lembra que, comprovada a mentira do ex-funcionário da Yacows, pode ter havido crime de falso testemunho, tipificado no Código Penal.
Além da quebra de sigilo, Hans foi alvo ainda de outra medida de membros da CPMI: a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que apure as declarações dele durante o depoimento.