Senador diz que Conselho de Medicina de SP manipula denúncias e pede busca e apreensão
Rogério Carvalho (PT-SE) chamou a atenção de senadores da CPI da Covid-19 para operação antes que se perca provas contra a operação de saúde
atualizado
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O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse, nesta quinta-feira (30/9), que recebeu informação de que o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) estaria a portas fechadas manipulando denúncias arquivadas do caso Prevent Senior. Diante disso, sugeriu busca e apreensão na entidade. Comissão não deliberou.
“Cremesp está a portas fechadas manipulando denúncias que foram arquivadas. Acho que merece busca e apreensão antes que mudem tudo. O Conselho arquivou várias denúncias. Neste momento, estão fechados alterando os arquivamentos que fizeram, acho que caberia um requerimento de busca e apreensão para que a gente pudesse ter esses documentos da Prevent Senior que estão sob a guarda do Cremesp”, declarou Carvalho.
A advogada Bruna Morato, representante de ex-médicos da Prevent Senior, afirmou, em depoimento à CPI da Covid-19 na última terça-feira (28/9), que a empresa tinha segurança de que não seria investigada pelo Ministério da Saúde e por órgãos de fiscalização.
Após ação da CPI e das diversas denúncias viram à tona, o Cremesp disse que está investigando a operadora de saúde com o necessário rigor.
“O Cremesp está investigando rigorosamente denúncias envolvendo a Prevent Senior em questões como pesquisa sobre teste de eficácia de medicamentos sem comprovação científica para tratamento de covid-19, suspeita de fraude em atestados de óbito durante a pandemia e envio de kit de medicamentos, de maneira compulsória, a serem administrados aos conveniados, sem autorização da família e/ou prescrição médica, além de suposta imposição aos médicos de cumprimento de protocolo institucional. As investigações tramitam sob sigilo determinado por Lei”, disse o conselho, em nota.
Prevent Senior
A empresa, conforme revelou o Metrópoles, adotou o protocolo de administrar esses fármacos e passou dados para acompanhamento do governo federal. O padrão de uso foi desenvolvido com a ajuda de ao menos um membro do “gabinete paralelo”, que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia.
Além disso, a operadora de saúde é acusada de ter coagido médicos para que aplicassem as drogas em pacientes sem o conhecimento deles ou dos familiares, e até do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A empresa também é suspeita de ter ocultado, em estudo sobre a cloroquina, o número de mortes de pessoas em tratamento contra a Covid-19.