Senador Delcídio do Amaral deixa Superintendência da PF e é transferido para quartel da PM
Petista está preso desde 25 de novembro por suspeita de tentar atrapalhar investigações da Polícia Federal da Operação Lava Jato
atualizado
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O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) foi transferido para o quartel do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do DF (BPTran), por volta das 10h30 desta sexta-feira (18/12). O político estava na carceragem da Superintendência da Polícia Federal desde 25 de novembro, quando foi preso por determinação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
O petista é acusado de impedir e tentar atrapalhar investigações da Operação Lava Jato. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador tentou impedir a delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras.O objetivo de Delcídio seria evitar que os investigadores tivessem informações sobre envolvimento dele em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ainda segundo a denúncia, caso Cerveró não desistisse da delação, o senador queria que ele não o entregasse, assim como evitasse falar sobre o ex-controlador do banco BTG Pactual, André Esteves.
Sala especial
A transferência de Delcídio foi autorizada por Teori, atendendo a um pedido da defesa do senador. Por estar no exercício do mandato, Delcídio tem direito a ficar preso em uma sala especial, sem grades. A transferência foi necessária porque não há espaço para acomodá-lo na superintendência da PF. O senador ocupava um escritório e compartilhava o banheiro com os policiais.
Segundo a Polícia Militar, o senador vai ficar num alojamento que tem um quarto com beliche, armário e mesa. O espaço conta com uma sala e banheiro exclusivo, além de um quintal onde o parlamentar poderá tomar banho de sol. A unidade do BPTran fica próximo ao Palácio do Buriti.
Cerveró está preso acusado de receber propina em troca de contratos na diretoria Internacional da Petrobras. O senador teria se comprometido com Bernardo Cerveró, filho do executivo, a pagar uma pensão de R$ 50 mil à família dele se o executivo poupasse a ele e ao banqueiro André Esteves em depoimentos. O banqueiro também foi preso, mas o ministro Teori Zavascki decidiu na quinta (17), por libertá-lo. Delcídio negou em depoimento que Esteves seria o responsável pelo pagamento à família de Cerveró. (Com informações da Agência Estado)