Senador Chico Rodrigues, o do dinheiro na cueca, assina CPI da Covid
Parlamentar, próximo do presidente Jair Bolsonaro, foi um dos 34 senadores que assinou o texto. Chefe do Executivo é contra a medida
atualizado
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A CPI da Covid, que vem causando um sério desentendimento entre autoridades do governo federal, conta com 34 assinaturas de senadores, entre eles o ex-vice-líder do governo no Senado Federal Chico Rodrigues (DEM-RR). O senador foi encontrado com R$ 33 mil na cueca em outubro do ano passado, alvo da Operação Desvid-19.
Ao Metrópoles, a assessoria de Rodrigues confirmou que ele assinou os três requerimentos da CPI. Segundo a nota, o senador diz “acreditar na oportunidade dessa CPI institucional e não política”. “Com essa assinatura, ele quer mostrar que não tem qualquer receio de uma investigação sobre o uso de verbas públicas relacionadas ao combate do coronavírus”, finaliza.
A assinatura de Rodrigues na CPI pode causar um desconforto, principalmente em sua relação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O chefe do Executivo já se mostrou contra a decisão do ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar ao Senado, no último dia 8, a instalação da CPI da Covid-19. Para o presidente, a medida provoca conflito e é, segundo ele, o que o país não precisa agora.
Em um vídeo que circulou nas redes sociais, logo após o senador ser flagrado com dinheiro nas calças, Bolsonaro alegou que tem quase uma “união estável” com o parlamentar. “Quero agradecer ao meu amigo Jair Bolsonaro, de 20 anos de Câmara dos Deputados”, diz Rodrigues no vídeo. “É quase uma união estável”, responde Bolsonaro.
Vídeos que voltaram a circular na internet mostram o presidente @jairbolsonaro afirmando ter “quase uma união estável” com o vice-líder do governo no Senado. O @senadorchico foi flagrado pela @policiafederal com dinheiro nas nádegas #Metrópoles pic.twitter.com/6oYyvVtas1
— Metrópoles (de 🏠) (@Metropoles) October 15, 2020
Nesta quarta-feira (14/4), o STF leva o tema ao plenário da Casa, por ordem do presidente, ministro Luiz Fux. O caso será analisado pelos 11 ministros do STF, que podem concordar ou não com a determinação de Barroso.
Se houver maioria em sentido contrário, há chances de o Supremo reverter a determinação do ministro.
Operação Desvid-19
O dinheiro foi encontrado no cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do parlamentar durante a Operação Desvid-19, que apurava um suposto esquema criminoso de desvio de recursos públicos para o combate ao coronavírus em Roraima (RR).
Após o flagrante, Rodrigues foi afastado do mandato por 121 dias. Antes, ele era vice-líder do governo Bolsonaro no Senado Federal. O parlamentar reassumiu o cargo em fevereiro desse ano.