Senador adia relatório sobre renegociação da dívida dos estados
Em razão de uma questão pessoal, Armando Monteiro precisou voltar para Pernambuco e a apresentação do relatório ficou para a próxima reunião
atualizado
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O senador Armando Monteiro (PTB-PE) não pôde apresentar nessa terça-feira (22/11), seu relatório sobre a renegociação da dívida dos estados no Senado. Em razão de uma questão pessoal, o senador precisou voltar para Pernambuco e a apresentação do relatório ficou para a próxima reunião da Comissão de Assuntos Econômicos na semana que vem. Monteiro incluiu novamente no texto contrapartidas dos Estados para o governo que foram excluídas durante a votação na Câmara.
Apesar de benéficas para o governo, as mudanças podem atrasar a tramitação do projeto. Uma das contrapartidas mais importantes para o governo, que acabou sendo retirada pelos deputados, era a proibição de reajuste dos servidores. Monteiro não incluiu esse item em seu relatório. Por outro lado, o relator determina a redução de 10% no volume de gastos com cargos comissionados em 24 meses, além de regras mais rígidas para a contabilização de gastos com pessoal. Ele determina, por exemplo, que despesas com indenização e benefícios estejam na conta.
Resistência
A renegociação da dívida dos estados é um projeto que sofre grande resistência dentro das bancadas do Norte e Nordeste, que alegam que a proposta favorece os Estados do Sul e Sudeste. Os senadores dessas regiões fizeram um pacto para votar contra a proposta caso alguns pedidos de governadores do Norte e Nordeste não fossem atendidos pelo governo. Juntas, as bancadas possuem mais da metade dos 81 senadores.
Nesta terça-feira, governadores de diferentes Estados se reúnem em Brasília com o governador do Distrito Federal e o Ministério da Fazenda para buscar soluções para a crise fiscal dos entes federativos.
O acordo para renegociação das dívidas estaduais foi anunciado pelo governo federal em meados de junho, após reunião entre o presidente em exercício, Michel Temer, e governadores em Brasília. O alívio para o caixa dos Estados é estimado em R$ 50 bilhões até meados de 2018.
Quitação de dívidas
Pelas regras, os Estados terão um alongamento, por 20 anos, do prazo para quitação das dívidas estaduais com a União, além da suspensão dos pagamentos até o fim deste ano – com retomada gradual de 2017 em diante – e alongamento por 10 anos, com quatro anos de carência, de cinco linhas de crédito do BNDES.
Mas sob forte pressão dos deputados, o governo concordou em ceder e apenas uma contrapartida foi mantida no texto: a de que os Estados estarão incluídos na regra que institui um teto para os gastos públicos, ou seja, não poderão ter aumento de despesas acima da inflação (medida pelo IPCA), mas somente por dois anos. A medida é inspirada na PEC do teto, que congela gastos públicos por 20 anos, mas vale apenas para a esfera federal.