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Por 55 a 13, Senado aprova intervenção federal no Rio de Janeiro

Após pouco mais de três horas, senadores aprovam decreto de Temer e dão aval para ações federais contra criminalidade no estado até 31/12

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
plenário durante a votação
1 de 1 plenário durante a votação - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Os senadores levaram cerca de três horas para debater, votar e aprovar, na noite dessa terça-feira (20/2), o decreto do presidente Michel Temer que instituiu intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro. O placar final foi de 55 votos a favor da medida, 13 contrários e uma abstenção (confira abaixo). O mesmo processo levou mais de sete horas na Câmara dos Deputados para ser encerrado na madrugada dessa terça (20). Agora, com o aval do Congresso, o governo federal está oficialmente investido de poder para comandar operações de combate à criminalidade no estado, sobrepondo-se, inclusive, às forças locais de segurança. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, acompanhou as votações tanto no Senado quanto na Câmara.

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Senado conclui votação: 55 votos a favor, 13 contrários e uma abstenção – presidente da Casa, Eunício Oliveira, não vota

Ao contrário dos deputados federais, os senadores de oposição não entraram em obstrução. Mas, tanto parlamentares favoráveis à intervenção quanto os contrários insistiram em um mesmo ponto: o decreto não prevê a dotação orçamentária das ações federais a serem empregadas.

Falando em favor da intervenção, o senador Lasier Martins (PSD-RS) foi direto: “É preciso orçamento continuado. Sem dinheiro, não se faz guerra”, advertiu ele, corroborando com os argumentos do relator da matéria na Casa, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), que proporá medidas para garantir recursos à intervenção. “Tem de ter um planejamento até o fim, não dá para começar e não terminar. Não dá para começar uma operação dessa magnitude e no meio alegar não ter alcançado o objetivo por falta de recurso”, disse.

A votação do projeto no Senado estava prevista para as 18h dessa terça (20), mas o início foi adiado em uma hora. A sessão não poderia começar até a reunião conjunta do Congresso Nacional ser concluída, o que só ocorreu às 19h55. Às 20h25, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), declarou aberta a sessão para análise da intervenção. O quórum máximo em plenário chegou a 72 parlamentares (havia 65 quando o tema entrou em discussão – eram necessários 41 parlamentares).

A intervenção foi o único item da pauta. O ritual da votação contou com discurso de cinco parlamentares a favor e cinco contra a medida adotada pelo governo federal. A limitação dos discursos resultou em princípio de bate-boca entre Eunício Oliveira e Renan Calheiros (MDB-AL). Atrasado, o senador por Alagoas não conseguiu se inscrever: “Não acredito que o senhor vai caçar meus argumentos”, protestou Calheiros.

Confira como foi a cobertura ao vivo do Metrópoles:

Veja imagens da sessão do Senado:

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Eunício Oliveira assume comando da sessão do Senado que aprecia decreto de intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro
Ministro da Defesa, Raul Jungmann, acompanha a votação: conversa com parlamentares
Eunício Oliveira (MDB-CE) foi presidente do Senado, mas não se reelegeu em 2018
Oliveira abriu os debates sobre o decreto às 20h25
Aécio Neves
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Sessão sobre intervenção no Senado foi aberta com 65 parlamentares em plenário

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Eunício Oliveira assume comando da sessão do Senado que aprecia decreto de intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro

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Ministro da Defesa, Raul Jungmann, acompanha a votação: conversa com parlamentares

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Eunício Oliveira (MDB-CE) foi presidente do Senado, mas não se reelegeu em 2018

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Oliveira abriu os debates sobre o decreto às 20h25

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Aécio Neves

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Sessão começou com a leitura do parecer do relator, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ): ele é suplente do atual prefeito do Rj, senador licenciado Marcelo Crivella

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Ministro da Defesa, Raul Jungmann, conversa com senador Romero Jucá (MDB-RR)

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Aécio é acusado de desvios de recursos durante a construção da Cidade Administrativa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte

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Plenário do Senado: Votação deve ser mais rápida do que na Câmara

Plenário do Senado
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Relator do decreto no Senado, Eduardo Lopes defendeu dotação orçamentária às medidas da intervenção

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Renan Calheiros se irritou ao ter o pedido para falar durante as discussões negado: ele chegou atrasado

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Presidente da Casa manteve bom humor, mesmo após bate-boca com Renan Calheiros

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Plenário durante votação: quórum máximo atingido foi de 75 senadores presentes

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Relatoria concorrida
Eunício Oliveira revelou que 11 parlamentares se candidataram para relatar o decreto presidencial. A escolha do presidente recaiu sobre o líder do PRB na Casa, Eduardo Lopes (RJ), do bloco moderado. “Estamos prontos para enfrentar toda dificuldade necessária para aprovar a intervenção”, afirmou Eduardo Lopes após ter seu nome confirmado. O parlamentar considerou a medida decretada pelo presidente Temer “importante e necessária”.

De acordo com Eduardo Lopes, ele vinha trabalhando em seu parecer sobre a intervenção desde sábado (17), portanto, antes de ter o nome confirmado para a relatoria do decreto presidencial. “Pra mim, era uma questão um tanto quanto óbvia ser o relator da matéria”, destacou. O parlamentar é o primeiro suplente do atual prefeito do Rio de Janeiro, senador licenciado Marcelo Crivella.

Ele leu seu parecer na abertura da sessão. Assim como a relatora da intervenção na Câmara, deputada Laura Carneiro (MDB-RJ), Lopes defende a edição de medida provisória ou projeto de lei com a dotação orçamentária para os trabalhos interventivos. Para o senador, se há no Rio “um estado de exceção”, é preciso fazer todo “sacrifício” para que a decisão dê resultados.

Primeira oradora inscrita a falar em defesa da intervenção, a senadora Marta Suplicy (MDB-SP) afirmou que a medida federal vem sendo discutida desde junho de 2017. Assim, segundo ela, o interventor escolhido pelo presidente Michel Temer, general do Exército Walter Souza Braga Netto, “não está caindo de paraquedas” no estado.

Trâmite
No Senado, a medida enfrentou menor resistência, resultando em uma votação mais célere em comparação à realizada na Câmara. “É difícil fazer obstrução na Casa, mas todo mundo que for contrário ao decreto vai poder falar livremente. Eu acho há uma vontade do governo em [com a intervenção] inverter a pauta do país e tentar a aprovação popular. Mas sem informação, justificativa, sem embasamento orçamentário, o decreto vai ser um tiro no pé, não vai ter sucesso”, alfinetou o senador Humberto Costa (PT-PE), líder da minoria, antes do começo da sessão.

Nas duas Casas legislativas, o decreto precisou do voto da maioria simples (metade mais um) de presentes em plenário para ser aprovado. Durante a sessão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou requerimento para que o Senado crie uma comissão externa temporária, formada por 10 titulares e 10 suplentes, com o objetivo de acompanhar durante um ano a execução da intervenção federal no Rio de Janeiro.

Entenda
A medida está em vigor desde sexta (16), quando o decreto (PDC 88/18) foi assinado pelo presidente Michael Temer. Porém, para não ser suspensa, precisava do aval do Congresso Nacional. O decreto diz que a decisão foi tomada devido ao “grave comprometimento da ordem pública no estado” e determina o prazo da intervenção até o dia 31 de dezembro de 2018, quando acaba o mandato de Michel Temer no Palácio do Planalto.

A medida nomeia o general do Exército Walter Souza Braga Netto como interventor e afirma que ele ficará subordinado ao presidente. O militar não “está sujeito às normas estaduais que conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção”. É citado no documento o caráter militar da interferência. Na manhã de segunda-feira (19), o presidente se reuniu com os conselhos da República e de Defesa Nacional no Palácio da Alvorada. Os dois órgãos consultivos também deram autorização para a intervenção ser levada adiante.

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