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Senado: servidores criam site para ajudar informais afetados pela Covid-19

Sem clientes durante pandemia, lavadores de carros e barbeiros conseguem antecipar recursos com a venda de vouchers

atualizado

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O dia a dia do Senado Federal envolve a movimentação de diversas categorias profissionais. Desde parlamentares, jornalistas, representantes de entidades e empresas, membros do governo e os mais de 5,8 mil servidores da Casa até um universo invisível para os registros formais de trabalho. Há dezenas de prestadores de serviço que levam a vida como lavadores de carros, barbeiros e engraxates com o trabalho focado nos primeiros grupos.

Parte dos mais de 40% de informais que compõem o mercado de trabalho no Brasil, esse grupo foi afetado diretamente pela pandemia do novo coronavírus, que tirou das imediações do Congresso seus clientes e, como consequência, o sustento de casa.

Para ajudar a conter os danos para esses trabalhadores, servidores do Senado resolveram criar um link para vender vouchers e garantir a antecipação de recursos a quem não está conseguindo trabalhar. O funcionamento é simples: os consumidores desses serviços antecipam a compra, que será entregue quando a pandemia terminar.

Assessor de imprensa da Diretoria Geral da Casa, Nilo Bairros conta que, como o Senado mantém um registro destes prestadores de serviços, foi possível localizá-los para fazer os cadastros e começar a vender os vales — inicialmente, para os lavadores de carros.

“A situação deles está bem complicada, e conseguimos pelo menos R$ 4 mil para os lavadores. Você adianta o pagamento e, quando as coisas voltarem ao normal, eles fazem a lavagem”, contou Nilo, que integra, junto a colegas de Senado, o grupo voluntário Liga do Bem. Além do sistema, eles também arrecadaram materiais de limpeza e higiene e doaram cestas básicas aos trabalhadores.

Ao Metrópoles, o desenvolvedor do site e analista legislativo Airton Luciano Aragão afirmou que já são mais de 30 cadastros de prestadores e, em abril, foram 162 lavagens contratadas por 58 colaboradores.

“É uma solução simples, para uma comunidade que todo mundo se conhece bem e é muito baseada na confiança”, afirmou.

O sistema funciona com base em formulários do Google, configurados para enviar o voucher em PDF quando a pessoa comprova o depósito bancário na conta indicada pelo prestador.

Depois do projeto inicial com lavadores, eles estenderam também para a barbearia e, agora, Airton trabalha em uma terceira solução, de customização simples, para que quem quiser aplicar a ideia na própria comunidade — ele também está desenvolvendo um aplicativo para celular.

Lavador de carros na gráfica do Senado desde 1973, Edson Bevennuto foi um dos beneficiados pela iniciativa. É da atividade que ele tira o sustento da casa, onde mora com a mulher e um neto, mas, desde março, viu a fonte de renda secar com a redução do movimento na Casa — o Senado começou a restringir o acesso e liberar servidores em 16 de março.

“Eu continuo indo lá todo dia, senão o pessoal pensa que você não está precisando. É só para não dizer que abandonei o quartel, mas não tem ninguém, nada. Desde 23 de março está vazio. Trabalho ali desde os meus 13 anos, são 46 anos só de lavar carro. Entraram R$ 650 até agora e chegou em boa hora, são quase 50 dias sem trabalhar”, declarou ele.

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