“Senado precisa se posicionar”, critica Lira sobre pautas econômicas
Rodrigo Pacheco sofreu a mesma crítica do ministro da Economia, Paulo Guedes, nessa segunda-feira (23/8)
atualizado
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou o andamento da chamada pauta econômica no Senado e disse que os deputados vêm avançando nessa área, cumprindo os seus papéis para a estabilidade. No evento Expert XP, Lira chegou a declarar que a pergunta deveria ser feita ao presidente da Casa vizinha, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mas deixou escapar que o Senado “também precisa se posicionar”.
“A Câmara está cumprindo o seu papel em relação a pautas econômicas. O Senado precisa se posicionar também, precisa manter um clima de estabilidade”, disse.
No evento, Lira ainda negou a possibilidade de que o Congresso Nacional aprove medidas que estourem o chamado Teto de Gastos e defendeu que “a responsabilidade fiscal anda junto e amarrada com a democracia”.
“O Congresso nunca deu uma vírgula de possibilidade de que pudéssemos romper o Teto de Gastos.”
“Não houve e não haverá por parte do Congresso sinal de rompimento com a responsabilidade fiscal”, declarou o presidente da Câmara.
Quanto ao pagamento dos precatórios (condenações que a Justiça manda o Poder Público pagar), Lira apontou novamente a necessidade do escalonamento, corroborando a ideia de Paulo Guedes.
“É necessário escalonamento de pagamento de precatórios; não é calote”.
“Buscaremos um regramento ou solução alternativa para precatórios que respeite teto de gastos”, destacou.
Alinhamento
A crítica de Lira desta terça se junta às reclamações externadas na segunda-feira (23/8) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que chegou a dizer que o presidente do Senado teria sido “puxado” pela CPI da Covid-19 e que, por esse motivo, estaria afastado da agenda de reformas. Guedes também criticou Pacheco em uma agenda com 300 maiores empresas do varejo brasileiro de 2021.
“[Arthur] Lira (PP-AL) está bravamente trabalhando pela agenda de reformas. O presidente do Senado foi puxado pela CPI”, afirmou. “Em algum momento ele [Pacheco] vai se engajar na agenda das reformas. Tenho certeza de que isso acontecerá”, completou o ministro.
Guedes já havia dito na semana passada que suas pautas precisavam entrar no Senado, mas ainda não tinha citado o nome de Pacheco como culpado por travá-las. O ministro tenta aprovar no Congresso a reforma do Imposto de Renda, a qual têm sido muito criticada por diversos setores da sociedade.
“Estão até lançando o presidente do Senado como candidato. Primeiro, para ser presidente, tem que ter liderança para aplacar a agenda de reformas. Se começarmos a aprovar Bolsa Família fora de teto, etc., aí o candidato já começaria com o pé trocado. Um bom candidato tem que ser comprometido com as reformas”, disse.
Pautas distintas
Enquanto Lira está empenhado em aprovar na Câmara a parte da reforma tributária que trata do imposto de renda, Pacheco tem outra pauta prioritária: a votação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue quatro impostos (Cofins, PIS, Pasep e IPI) e os unifica, criando um imposto de valor agregado.