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Senado: mudança de meta fiscal no segundo semestre pode virar crime

O projeto, de autoria do senador Fernando Bezerra Coelho (foto), do PSB-PE, foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)

atualizado

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Wilson Dias/ABr
Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) concorre por fora para ficar com indicação do Senado ao TCU
1 de 1 Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) concorre por fora para ficar com indicação do Senado ao TCU - Foto: Wilson Dias/ABr

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (15/8) projeto que torna crime de responsabilidade a alteração da meta fiscal do Brasil no segundo semestre do ano. Para valer, a proposta precisa passar pelo plenário da Casa e pela Câmara.

Segundo o texto do projeto, de autoria do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), a meta fiscal só poderia ser alterada após agosto por “razões alheias à gestão fiscal, de forma devidamente fundamentada e em decorrência de calamidade pública, guerra ou crises internacionais”.

Alteração
Com as frustrações de receitas, o governo anunciou nesta terça-feira (15/8) o aumento da meta de déficit fiscal do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) para R$ 159 bilhões este ano. A meta para o próximo ano também foi revista para o mesmo valor.

O déficit primário é o resultado das despesas maiores que as receitas, sem considerar os gastos com juros da dívida pública. O anúncio foi feito há pouco pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira.

A alteração das metas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Em 12 meses encerrados em junho, o déficit primário ficou em R$ 167,198 bilhões, o que corresponde a 2,62% do Produto Interno Bruto (PI B) , a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de acordo com dados do Banco Central (BC).

Originalmente, a meta de déficit estava fixada em R$ 139 bilhões para este ano e em R$ 129 bilhões para 2018. No entanto, a arrecadação ainda em queda, e uma série de frustrações de receitas dificultaram o cumprimento da meta original.

Primeiramente, o Tribunal de Contas da União (TCU) mandou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) refazer o edital do leilão de renovação de concessão de usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que renderia R$ 11 bilhões aos cofres federais este ano.

A segunda versão do programa de regularização de ativos no exterior, conhecida como repatriação, arrecadou apenas R$ 1,61 bilhão, em vez dos R$ 13 bilhões inicialmente previstos. As alterações na medida provisória que criou a renegociação especial de dívidas com a União também podem diminuir a previsão de arrecadação, caso o governo não consiga reverter essas mudanças.

Por fim, o governo teve de recuar de medidas que elevariam as receitas. O aumento do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre o etanol foi parcialmente revertido, reduzindo a previsão de arrecadação em R$ 501 milhões.

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