Senado Federal aprova reoneração da folha de pagamento
Por unanimidade, projeto passou da forma como veio da Câmara: com a eliminação do PIS/Cofins sobre o preço do óleo diesel
atualizado
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Depois de muita incerteza, enfim, o Senado Federal aprovou, na noite desta terça-feira (29/5), o projeto de lei (PL) sobre a reoneração da folha de pagamento, com a previsão de eliminação do PIS/Cofins incidente sobre o preço do óleo diesel até o fim do ano. Ou seja, a matéria foi confirmada da mesma maneira que veio da Câmara dos Deputados.
Nessa segunda-feira (28), os senadores já haviam aprovado o regime de urgência para a tramitação do PL. No entanto, como o governo federal é contra o artigo que prevê a eliminação do imposto, durante muito tempo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB/CE), também ficou indeciso. Segundo interlocutores, o emedebista chegou a pensar em não pautar o projeto.
Assim, os senadores aprovaram o texto-base por unanimidade. Mas a oposição queria retirar do PL o artigo que zera o PIS/Cofins, então apresentou uma emenda com esse intuito. Porém, por 51 votos a 14, a tentativa de alteração foi rejeitada. Agora, a proposta irá para a sanção do presidente da República, que poderá ou não vetá-la.
Entenda
O PL ganhou ainda mais importância após a greve dos caminhoneiros, pois o governo conta com a verba que virá da reoneração da folha de vários segmentos da economia para bancar as medidas anunciadas aos motoristas e, assim, baratear o preço do combustível. A retirada dos benefícios de 28 setores arrecadaria cerca de R$ 3 bilhões aos cofres públicos em um ano.
Mas o problema para o Planalto é que, na semana passada, a Câmara dos Deputados incluiu na matéria o dispositivo para zerar as alíquotas do PIS/Cofins no diesel. O governo não concorda com mais esse corte de impostos e poderá vetar partes do projeto e depois alterá-lo por decreto presidencial.
Vale lembrar que, de acordo com o projeto de lei, a reoneração – isto é, os impostos pagos pelas empresas – passa a ser recolhida apenas no primeiro dia do quarto mês após a aprovação do texto. Assim, a legislação entrará em vigor em 1º de setembro, turbinando a arrecadação do governo Temer nos três meses finais da gestão.