Senado cobra esclarecimentos “urgentes” de Queiroga sobre Copa América
Senadores querem estudos técnicos que justifiquem e atestem a segurança da realização do torneio mesmo com a pandemia
atualizado
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A Comissão Temporária Covid-19 do Senado Federal aprovou, nesta segunda-feira (7/6), um requerimento para cobrar do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informações sobre o posicionamento da pasta a respeito da realização da Copa América no Brasil.
De autoria da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), o texto pede que o ministério forneça um estudo técnico que justifique a realização do evento, mesmo diante do agravamento da pandemia, além dos protocolos sanitários que serão exigidos aos organizadores do torneio.
A parlamentar pede, ainda, que a pasta forneça: dados sobre a ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) por unidade da federação; informações sobre novas cepas e variantes do vírus identificadas no país; documentos que apontem possível terceira onda de casos e um levantamento sobre potenciais riscos de contaminações decorrentes da realização do evento esportivo.
Eliziane Gama justifica que os esclarecimentos são “urgentes” e que “a decisão de anuir com esse evento vai totalmente na contramão da ciência e dos alertas feitos pelo ministro Marcelo Queiroga”.
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“Não vejo risco adicional”
Mais cedo, o ministro disse que “não vê risco adicional” ao Brasil com a realização da Copa América durante a pandemia de Covid-19. Ele justificou que outros campeonatos esportivos ocorrem normalmente no país e declarou que “não houve sequer um caso de contaminação em campo”.
O ministro também citou os jogos eliminatórios da Copa do Mundo, partidas da Copa Sul-Americana, da Libertadores e dos Jogos Pan-Americanos de Atletismo como exemplo de segurança sanitária.
“As pessoas estão entrando no Brasil seguindo as regras de entrada no país, com exames RT-qPCR, de tal maneira que, com o controle sanitário adequado, eu não vejo um risco adicional em função dessa competição”, afirmou.
Queiroga disse que a prática de esportes “não está proibida no Brasil”. Para o cardiologista, cabe ao Ministério da Saúde verificar os protocolos de segurança.
“Temos que reforçá-los [protocolos] para que não haja um risco adicional para os atletas, a comissão técnica e todos que participarem do evento. Os estados que aceitaram fazer essa competição também participam dessa ação”, disse.