Senado aprova convocação de Weintraub após fala sobre STF
Ministro da Educação terá que explicar declarações polêmicas feitas durante reunião de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro
atualizado
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Após a revelação do vídeo de reunião interministerial em que o titular da Educação, Abraham Weintraub, diz que Brasília é “um cancro de corrupção” e defende a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será convocado a prestar esclarecimentos no Senado.
A iniciativa, apresentada na forma de requerimento pela senadora Rose de Freitas (Pode-ES), foi aprovada nesta segunda-feira (25/05).
Na proposta, a senadora destacou três trechos da fala de Weintraub. Além de defender “acabar com essa porcaria que é Brasília”, o ministro disse que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF” e que odiava o termo “povos indígenas”, sustentando que “o partido comunista está querendo transformar a gente numa colônia”.
“Ou seja, numa mesma reunião, mesmo de caráter reservado, mas tornada pública por decisão judicial, o titular da Pasta da Educação (…) atenta contra a dignidade dos integrantes da mais alta Corte do Judiciário brasileiro, agride a Capital da República e despreza os povos indígenas, cuja integridade e cultura devem ser preservadas por preceito constitucional”, pontua a senadora.
Durante a discussão do requerimento, o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), pediu a palavra para pedir que apenas Weintraub fosse convocado e que a medida não fosse estendida a outros nomes. Ele disse achar importante que Weintraub prestasse seus esclarecimentos, mas que as declarações dos demais auxiliares do presidente “não configuram qualquer arranhão ao Estado de direito, à democracia”.
“Disse ao Presidente da República que, na realidade, as frases ditas pelo Ministro da Educação cruzam uma linha que todos nós temos que guarnecer: a linha do respeito às instituições, aos Poderes da República. Mesmo numa reunião privada não se pode utilizar das expressões e da forma agressiva que foram utilizadas”, pontuou o líder.