metropoles.com

Senado adia votação de fundo eleitoral alternativo para próxima terça

O autor da proposta, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o valor será de R$ 3,6 bilhões, o mesmo que estava em discussão na Câmara

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
eunício oliveira
1 de 1 eunício oliveira - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Sem consenso, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), adiou para a próxima terça-feira (26/9) a votação de uma proposta alternativa de fundo eleitoral com dinheiro público, discutida como forma de custear as campanhas eleitorais.

Segundo o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), autor da proposta, o valor do fundo será de R$ 3,6 bilhões, o mesmo que estava em discussão na Câmara dos Deputados. A redação da proposta, porém, deixa aberta a possibilidade de aumentar os recursos com a edição de créditos adicionais, segundo técnicos do Congresso ouvidos pela reportagem.

O líder do governo, porém, nega que essa possibilidade exista. “Não abre brecha. O que não for gasto volta para o Tesouro”, descartou. A proposta que cria o novo fundo foi elaborada com a ajuda de um grupo de cinco senadores formado para encontrar uma solução para políticos bancarem suas campanhas no que vem.

Este fundo seria abastecido com metade do valor que hoje é destinado no Orçamento às chamadas emendas de bancada. A previsão para o ano que vem é de R$ 4,4 bilhões em emendas de bancadas em 2018, o que resultaria em R$ 2,2 bilhões para o fundo.

A previsão de usar recursos de emendas, porém, criou novo impasse nas discussões da reforma política. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) argumenta que usar dinheiro das emendas significa, na prática, retirar recursos que seriam utilizados em áreas como saúde e educação.

Outra fonte de recursos prevista são as compensações fiscais concedidas às emissoras de rádio e televisão que transmitem os programas partidários. Na prática, esses programas deixam de existir em anos não eleitorais e o recursos poupados são transferidos para financiar as campanhas eleitorais.

Jucá, porém, abre a possibilidade de o valor ser acrescido ao prever que o fundo seja constituído “por meio de dotações consignadas na Lei Orçamentária Anual e nas leis de créditos adicionais cuja execução deva ocorrer no ano eleitoral”. Para os técnicos do Congresso, esse trecho deixa em aberto que o Executivo possa editar créditos via Medida Provisória, por exemplo, para destinar outros recursos.

No texto, Jucá ainda retoma uma proposta que já havia sido discutida na Câmara. O líder do governo incluiu um artigo que possibilita os partidos e instituições de utilidade pública realizarem bingos ou atividades parecidas como forma de arrecadar dinheiro para a campanha.

“Nenhuma pessoa física ou jurídica poderá distribuir ou prometer distribuir prêmio mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou operação assemelhada, fora dos casos e condições previstas na Lei, exceto quando a operação for organizada por partido político ou instituição declarada de utilidade pública”, diz a proposta.

Divisão
A proposta determina ainda que o fundo será gerido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ficaria responsável por repassar o dinheiro aos partidos políticos de acordo com distribuição prevista no texto. Pela proposta de Jucá, a menor parte, 2%, será distribuída entre todos os partidos registrados na Corte — atualmente, são 35.

Outros 49% devem ser divididos entre os partidos na proporção de votos por eles obtidos na última eleição para a Câmara. Há ainda a previsão de que 34% do fundo seja repassado na proporção do número de representantes na Casa em 10 de agosto deste ano. O restante dos recursos, 15%, devem ser divididos entre os partidos, tendo como base a proporção das bancadas no Senado também, no dia 10.

O líder do governo no Senado, que preside o PMDB, propõe ainda que cada partido tenha autonomia para definir como utilizará os recursos. Ou seja, o dinheiro será controlado pelos caciques partidários, que decidirão quais candidatos receberão mais ou menos recursos.

“Ninguém faz omelete sem quebrar ovos. Vão fazer demagogia dizer que isso é dinheiro público. Agora, duvido que não vão querer ter os recursos pra fazer a campanha eleitoral”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), cujo partido fechou acordo para aprovar o texto proposto por Jucá.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?