Sem provas, Bolsonaro volta a falar em fraude nas eleições de 2018
Presidente disse que era para ter sido eleito em primeiro turno se eleições fossem “limpas”. Não há provas de falta de lisura no pleito
atualizado
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Em agenda em Macapá (AP) nesta sexta-feira (14/1), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a levantar suspeitas de fraude nas eleições de 2018. Não há provas concretas de falta de lisura no pleito.
“Estávamos à beira do socialismo, um país mergulhado em corrupção, um país parecendo que não tinha um norte. Quis Deus que, sobrevivendo a uma facada de um integrante do PSol, conseguisse sem partido, com um partido muito pequeno, sem marqueteiro e sem televisão ganhar umas eleições, que era pra ter ganhado no primeiro turno se fossem umas eleições limpas no primeiro”, afirmou à plateia.
Ao longo de 2021, Bolsonaro colocou em dúvidas a confiabilidade das urnas eletrônicas e pressionou parlamentares pela aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, que acabou rejeitada ainda na Câmara dos Deputados.
Ele também disse que iria apresentar provas de fraude no pleito, mas apenas requentou denúncias e suspeitas sem comprovação. Depois da derrota, o mandatário abaixou o tom e passou a assumir que o processo eleitoral de 2022 será limpo.
“O ano que vem tem eleições, vamos renovar, prestigiar quem fez um bom trabalho e renovar. Pode ter certeza que não vai ter sacanagem nas eleições”, afirmou ele a apoiadores em outubro de 2021.
Bolsonaro também tem ressaltado a participação das Forças Armadas no processo eleitoral de 2022. Como resposta aos ataques às urnas eletrônicas feitos pelo próprio presidente e seus aliados, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou uma comissão da transparência para o próximo pleito, que terá participação dos militares na fiscalização.
“Convidaram as Forças Armadas, nós aceitamos e vamos participar de todo o processo eleitoral. Vamos acabar com a suspeição”, assinalou Bolsonaro.
Agenda no Amapá
O presidente cumpriu agenda nesta sexta-feira na capital amapaense para uma visita técnica à infovia que levará internet a moradores da região Norte. Os cabos submersos vão atender seis estados da Amazônia: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.
Os ministros Fábio Faria (Comunicações), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) também acompanharam a agenda.