“Sei que tô lascado”, diz Lula sobre investigações contra ele
Ex-presidente fez discurso com tom eleitoreiro durante seminário nesta segunda-feira (9/10) em Brasília
atualizado
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Em discurso com tom eleitoreiro, nesta segunda-feira (9/10), durante seminário sobre educação pública em Brasília, o ex-presidente Lula comentou sobre as ações judiciais que se amontoam contra ele: “Eu sei que tô lascado, todo dia tem um processo”, disse. Ele classificou as acusações como “mentiras”.
Lula afirmou não esperar ser absolvido pelo juiz Sérgio Moro, mas deseja um pedido de desculpas. “Eu não quero nem que o Moro me absolva, eu só quero que ele peça desculpa. Eles estão mexendo com uma pessoa que tem como legado respeitar as pessoas, eu sempre respeitei os de baixo e os de cima”, destacou o ex-presidente. “Agora, não tenho medo e não posso aceitar as mentiras que a Polícia Federal contou a meu respeito, não posso aceitar as mentiras que o Ministério Público contou e não posso aceitar o juiz Moro ter aceito as mentiras e ter feito o julgamento que fez”, prosseguiu.
Em julho, o ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. Segundo as investigações, ele teria aceitado o imóvel como propina para favorecer a empreiteira OAS em contratos com a Petrobras. Lula ainda é réu em outras seis ações penais.No discurso, o ex-presidente reafirmou o desejo de ser candidato ao Planalto em 2018 e desafiou os adversários: “O problema deles não é o Lula, porque o Lula é feito de carne e osso e desaparece a qualquer momento. O problema deles é que neste país tem milhões e milhões de jovens, de adultos, de velhos como eu, de crianças que já aprenderam a ter consciência política. Eles chegam a dizer: ‘ah, se o Lula não for candidato, ele não vai ter força como cabo eleitoral’. Testem”.
Por fim, o ex-presidente alfinetou o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), apontado em pesquisas como o principal concorrente do petista nas eleições do ano que vem. “O Bolsonaro agradou o mercado. Se o Bolsonaro agradou o mercado, nós do PT temos que desagradar o mercado. Eu não tenho cara de demônio, mas eu quero que eles me respeitem”, provocou. (Com informações de O Globo)