Segundo dia de julgamento do impeachment terá testemunhas de Dilma
O segundo dia de julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) foi marcado por muito bate-boca no plenário do Senado
atualizado
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Após uma manhã recheada de troca de insultos e ofensas entre os senadores, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e da sessão de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT), Ricardo Lewandowski, suspendeu os trabalhos por volta das 11h. Ele pretende reiniciar os trabalhos às 13h desta sexta-feira (26/8).
O objetivo da sessão era ouvir as seis testemunhas de defesa da presidente afastada, mas isso não foi possível até o fim da manhã. Lewandowski quer os depoimentos comecem à tarde e continuem durante este fim de semana.Devem ser ouvidas as seguintes testemunhas de defesa: o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o professor de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Geraldo Prado, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, a ex-secretária de Orçamento Federal do governo Esther Dweck, o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa e o professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Lodi Ribeiro. Lewandowski suspendeu, por duas vezes, em menos de meia hora, a sessão sem que os depoimentos fossem colhidos. O motivo foi as brigas e trocas de ofensas no plenário.
Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) protagonizaram uma das mais intensas discussões do plenário. O petista chamou o democrata de “desqualificado” e disse que “ninguém aqui aguenta mais esse cara”. Em resposta, Caiado afirmou que Lindbergh tem mais de 30 processos no STF, que tem uma “cracolândia em seu gabinete” e o chamou de “capivara”. Lewandowski mostrou irritação no momento. “Não posso admitir palavras injuriosas dirigidas a qualquer senador. Vou usar meu poder de polícia para exigir respeito mútuo e recíproco”, afirmou, desligando os microfones em seguida e suspendendo a sessão por cinco minutos.
Início dos trabalhos
A sessão começou às 9h40 (com 40 minutos de atraso) com o objetivo de dar continuidade ao julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. No primeiro dia, na quinta-feira (25), também houveram muitas discussões entre os parlamentares.
Logo no início do dia, a base aliada do presidente interino Michel Temer (PMDB) pediu a suspeição e a consequente dispensa da ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck. Motivo: a testemunha teria sido contratada para trabalhar no gabinete de Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é parte da tropa de choque de Dilma, mas a senadora nega. A testemunha dispensada pela defesa de Dilma.
Além disso, o advogado José Eduardo Cardozo requereu ao Lewandowski que Ricardo Lodi Ribeiro seja ouvido como informante, em vez de testemunha, pelo fato de ele ter sido assistente da perícia.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) apresentou questão de ordem solicitando que a testemunha de defesa, o auditor do TCU Antônio Carlos D’Ávila, que prestou depoimento na quinta, também seja requalificado à condição de informante.
Primeiro ele confessa que redigiu (a peça de acusação contra Dilma), e depois tenta remediar, dizendo que auxiliou. Ou o senhor Antônio Carlos D’Ávila mentiu para o senador Randolfe ou mentiu para o advogado José Eduardo Cardozo
Gleisi Hoffmann
O senador Jorge Viana (PT-AC) concordou com Gleisi Hoffmam e afirmou que o Antônio Carlos Costa D’Ávila mentiu perante o tribunal, dando respostas conflitantes ao senador Randolfe e ao advogado Cardozo.
A senadora Ana Amélia acusou os parlamentares pró-Dilma de usarem “dois pesos e duas medidas”, ao defenderem Esther Dweck e “enxovalhar” o auditor Antônio Carlos Costa D’Ávila. Para ela, os parlamentares da oposição “repetem mentiras para que se tornem verdades”.