Secretário de Esporte foi demitido após chamar Feliciano de “idiota”
Marco Aurélio Costa Vieira foi exonerado nessa quinta (18/04/19). Na quarta, ele criticou o deputado que pediu impeachment de Mourão
atualizado
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Poucas horas antes de ser exonerado do cargo de secretário especial de Esporte, o general Marco Aurélio Costa Vieira foi às redes sociais atacar o deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP). No Twitter, Vieira – que era o mandatário da pasta, agora pertencente ao Ministério da Cidadania – chamou o parlamentar de “idiota”.
O agora ex-secretário comentava uma notícia sobre o pedido de impeachment protocolado por Feliciano contra o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, na última terça-feira (16/04/19). Veja a postagem abaixo:
idiota… https://t.co/q6DovwfgET
— Marco Aurelio (@Gen_Markau) 17 de abril de 2019
Companheiro de patente de Mourão, Marco Aurélio Costa Vieira teria se revoltado com o congressista e achado um absurdo as acusações de que o vice-presidente teria cometido crime de responsabilidade e agido de “maneira incompatível com as responsabilidades do cargo que ocupa”.
Nessa quinta-feira (18/04/2019), o Diário Oficial da União (DOU) trouxe a exoneração do general do cargo de chefia da Secretaria de Esporte. Ele ficou no comando da pasta apenas 107 dias. A decisão de demiti-lo, no entanto, teria partido do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). As críticas de Marco Aurélio Costa Vieira a Feliciano, que é apoiador do chefe do Executivo brasileiro, teria sido apenas um dos motivos.
A assessoria de imprensa do ministério da Cidadania disse ao Metrópoles que o militar perdeu o cargo “por divergências com o ministro Osmar Terra”. Ao longo de sua gestão, o general sequer teve liberdade para montar a equipe.
A chegada do ex-jogador de futebol Washington Cerqueira, o Coração Valente, para assumir a secretaria nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, por exemplo, foi uma determinação de Terra, sem qualquer consulta ao ex-secretário especial.
Base de apoio
Parte das mudanças na pasta são uma tentativa tímida do governo federal de ampliar a base de apoio partidário no Congresso, em especial com o MDB, legenda do ministro Osmar Terra. Tanto que um dos nomes mais cotados para assumir o cargo deixado por Vieira foi de João Manoel Santos Souza, do Maranhão, filho do ex-senador João Alberto, que preside o MDB maranhense.
No entanto, para não desagradar as Forças Armadas, e ao mesmo tempo acolher a vontade de Terra, a troca será mesmo de um general por outro. Décio Santos Brasil, que foi vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, será o novo secretário e terá seu nome divulgado no DOU nos próximos dias.