Secretário de Guedes reclama de combate a preços abusivos em SP
Salim Mattar diz que criação de órgão para fiscalizar abusos durante pandemia de coronavírus é interferência indevida na iniciativa privada
atualizado
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A criação de uma Secretaria Extraordinária de Defesa do Consumidor em São Paulo, com o objetivo de combater preços abusivos no comércio durante a pandemia de coronavírus, revoltou um dos secretários do ministro da Economia, Paulo Guedes. Salim Mattar, secretário de Desestatização, acusou o governo paulista de “interferir na iniciativa privada violando nossa Constituição”.
A crítica foi feita em postagens no Twitter na tarde desta quinta-feira (09/04). Veja:
1. O estado de São Paulo volta a interferir na iniciativa privada violando nossa Constituição. Não bastasse o confisco de 500.000 máscaras na empresa 3M, agora constitui uma Secretaria extraordinária por 210 dias para combater preços abusivos interferindo nos negócios privados.
— Salim Mattar (@salimmattarBR) April 9, 2020
Apesar de atualmente ocupar um cargo público, Mattar fez carreira como empresário e é dono de uma das maiores locadoras de automóveis do país. Ele completou as críticas dizendo que “quem gera emprego e renda é a iniciativa privada. Governos são apenas centros de despesas que nada produzem”.
O secretário é um dos responsáveis por privatizar empresas públicas, seguindo a cartilha liberal de Paulo Guedes.
A secretaria criada pelo governador paulista João Doria (PSDB) deve durar 210 dias e será comandada pelo diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez. Segundo o governo paulista, a nova estrutura não vai gerar despesas ao Estado e tem o objetivo de dar “mais capacidade deliberativa” ao Procon.