Secretária acusa jornalista que expôs TrateCov de extrair dados do app
Mayra Pinheiro negou que o aplicativo tivesse sido “hackeado”, mas disse que sofreu uma “extração indevida de dados”
atualizado
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A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou, nesta terça-feira (25/5), que o jornalista Rodrigo Menegat foi o responsável por, segundo ela, “extrair indevidamente” dados do TrateCov.
“Ele [o aplicativo] não foi colocado no ar, foi apresentada uma versão prototípica. O que foi feita foi uma extração indevida na madrugada do dia 20, por um jornalista. Ele fez uma cópia da capa inicial dessa plataforma, abrigou nas redes sociais dele”, disse.
Ainda segundo a secretária, o jornalista “começou a fazer simulações fora de qualquer contexto epidemiológico”.
“Causou prejuízos à sociedade, porque essa ferramenta, senhores, poderia ter salvado muitas vidas em auxílio aos testes diagnósticos, ela poderia ter ajudado a secretaria estadual de Manaus, a secretaria municipal a diagnosticar precocemente, como ferramenta de auxílio, e a gente proceder ao isolamento dos casos comprovados. Nós poderíamos ter acompanhado os casos suspeitos e tudo isso foi perdido por essa invasão”, completou.
Em seu Twitter, Menegat negou a extração indevida de dados. O jornalista atesta ter utilizado o inspetor de elementos para acessar o código fonte. “Engraçado como esse negócio cai no meu colo. Eu não fui nem o primeiro a chegar na festa. Todos os jornalistas do mundo já estavam usando o aplicativo. Impressionante como um repositório do GitHub e inspetor de elementos parece bruxaria para quem não entende de programação”, afirmou.
Após a fala de Mayra, o jornalista trancou seu perfil no Twitter. “Estou fechando o Twitter por motivos mais que óbvios, mas vou ficar bastante satisfeito de mostrar para quem quiser como se usa o inspetor de elementos para acessar o código fonte de qualquer site no mundo”.
Mayra é a nona depoente do colegiado. Antes deles, os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.