Secom contesta informação de que teria anunciado em sites impróprios
As verbas publicitárias são direcionadas ao Google Adsense, cujos algoritmos definem a distribuição de anúncios, diz a secretaria
atualizado
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A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República rebateu, em nota, a informação de que teria veiculado anúncios governamentais em sites e canais de “conteúdo inadequado”. Segundo eles, as verbas publicitárias são simplesmente direcionadas ao Google Adsense, que distribui anúncios combinando algorítimos e critérios próprios.
“Os veículos que constam na lista citada pela matéria foram selecionados pelo desempenho aferido pelo algoritmo do Google, e não pela Secom. Ou seja, cabe à plataforma as explicações pertinentes sobre a ocorrência”, diz a nota.
A matéria em questão, publicada pelo jornal O Globo e reproduzida pelo Metrópoles, se baseia em um relatório produzido a pedido da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, de acordo com o qual mais de 2 milhões de anúncios pagos com verbas da Secom foram localizados nessas plataformas.
Na lista, há, além de sites de notícias falsas, aplicativos pornográficos, jogos de azar e investimentos ilegais.
A Secom também divulgou um comunicado do Google endereçado ao titular da Secom, Fábio Wajngarten, em que afirma que as plataformas permitem o bloqueio de categorias de assuntos e sites específicos — o próprio texto do Globo ressalva essa questão.
O Google também informa que as políticas da empresa “não permitem que páginas ou aplicativos que apresentem conteúdo inapropriado exibam anúncios por meio da plataforma AdSense” e que eles trabalham continuadamente para retirar os anúncios desses canais.
Sobre os sites que tiveram anúncios veiculados, o Google ressaltou que, somados, eles receberam 0,139% do investimento total da campanha, de mais de R$ 5 milhões.
“Mais uma vez, a Secom informa que o processo de escolha de veículos conduzido pelas agências de publicidade prestadoras de serviço contam diretamente com a assessoria técnica do Google para apoiar os critérios da ferramenta”, diz a nota.
Embora a matéria tenha sido publicada pelo Globo, a Secom lembrou que, recentemente, a Folha de S.Paulo teve anúncios veiculados em sites considerados impróprios. “Entretanto, sua ombudsman considerou que o jornal foi sabotado por algoritmos. Ou seja, dois pesos e duas medidas. A Secom publica anúncios em sites de fake news. A Folha é sabotada”, compara, em nota.