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Secom anunciou mais de 2 milhões de vezes em sites pornô e de fake news

O relatório foi produzido pela CPMI que investiga a propagação de notícias falsas, com base em dados da Lei de Acesso à Informação

atualizado

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Fake News
1 de 1 Fake News - Foto: iStock

Um relatório produzido pela CPMI das Fake News identificou 2,065 milhões de anúncios em redes sociais, sites e aplicativos de conteúdo “inapropriado” pagos pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Entre os canais de divulgação estariam sites de notícias falsas e plataformas de pornografia. 

Os dados foram obtidos pelo colegiado por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e revelados pelo jornal O Globo. Eles levam em conta informações da própria Secom referentes ao meses de junho e julho.

O destino principal da verba era para a veiculação da campanha sobre a Reforma da Previdência, que foi distribuída por meio da plataforma Adwords e Adsense, do Google.

No relatório, foram identificados 843 canais inadequados com 2.065.479 anúncios do governo. Entre eles, 47 seriam sites de fake news, 741 foram removidos do Youtube por descumprimento das regras, além de 12 plataformas de jogos de azar, sete de investimentos ilegais e quatro com conteúdo pornográfico.

Os consultores legislativos que produziram o relatório para a CPMI apontaram como páginas de fake news o “Jornal da Cidade Online”, “Jornal 21 Brasil”, “Terça Livre”, “Folha do Brasil”, “Diário do Centro do Mundo” e “Revista Fórum”. O blogueiro Allan dos Santos, criador do Terça Livre, é alvo de inquérito contra a produção de notícias falsas que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Também foram identificados pela CPMI cinco canais de promoção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos, como “Bolsonaro TV” e a página pessoal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

O próprio documento da CPMI aponta que a destinação de verba pública para a promoção pessoal pode ser interpretada como violação à Constituição Federal, segundo inciso 1º do art. 37 do texto.

“A veiculação de anúncios, pela Secom, em canais desse tipo pode gerar questionamento com base no inciso 1º do art. 37 da Constituição, pois abre a possibilidade de se interpretar tal fato como utilização da publicidade oficial para promoção pessoal, conduta vedada pela Carta Magna”, argumentou, o relatório.

Dinheiro público

O documento também criticou a forma com que a Secom utilizou o dinheiro público. “Como pudemos observar, houve descontrole do target [alvo] das ações publicitárias, o que redundou em desperdício de recursos públicos. Adicionalmente, o dinheiro da publicidade oficial terminou por ser empregado em diversos canais com conteúdo inadequado, fazendo com que a imagem do governo federal fosse veiculada em canais de baixa qualidade e associada a conteúdos falsos, criminosos, de cunho sexual ou referentes a promoção pessoal do presidente da República”, defendeu.

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Doutor Ulysses divulga uma série de informações inverídicas sobre o novo coronavírus
Projeto que cria a “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet” ficou conhecido como “PL das fake news“
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Projeto que cria a “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet” ficou conhecido como “PL das fake news“

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Projeto que cria a “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet” ficou conhecido como “PL das fake news“

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Outro lado

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República repudiou, em nota, as informações e disse que a veiculação da campanha era feita com base no desempenho das páginas aferido pela ferramenta do Google. Dessa forma, a Secom não teria participação nessas escolhas.

“Ou seja, cabe à plataforma as explicações pertinentes sobre a ocorrência. Os veículos que constam na lista citada pela matéria foram selecionados pelo desempenho aferido pelo algoritmo do Google, e não pela Secom”, destacou, em nota.

“Mais uma vez, a Secom informa que o processo de escolha de veículos conduzido pelas agências de publicidade prestadoras de serviço, contam diretamente com a assessoria técnica do Google para apoiar os critérios da ferramenta”, concluiu.

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