“Se tiver que ir à guerra, levo Moro e Dallagnol comigo”, diz Mourão
Vice-presidente reforçou confiança no ministro da Justiça e Segurança Pública e no coordenador da força-tarefa da Lava Jato
atualizado
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reforçou nesta quinta-feira (13/06/2019) a confiança no ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, após série de reportagens do site The Intercept Brasil que revelou conversas privadas do então juiz federal com integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Para o vice-presidente, Moro foi vítima de um crime. Ao empregar um jargão militar, general Mourão estendeu a confiança ao ministro da Justiça e aos integrantes da força-tarefa no Ministério Público Federal. “No Exército, a gente tem uma linguagem muito clara: se eu tiver que ir para a guerra, eu levo o Sergio Moro e o Deltan Dallagnol comigo”, declarou. A afirmação foi dada durante entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre.
Para Hamilton Mourão, a legitimidade dos dados revelados pelo The Intercept é questionável. Além disso, ele admite que a autoria dos ataques hackers é desconhecida. “Pode ser tudo editado, nós não temos acesso aos documentos e aos diálogos reais que podem ter acontecido. Obviamente, eles buscam atacar aquilo que é o maior patrimônio das pessoas de bem, que é a honra e a dignidade”, considera.
Mourão também assegurou a legalidade da tramitação dos processos em torno da Lava Jato. “Afirmamos que isso rapidamente será esclarecido e reduzido exatamente ao que ele é: um crime cometido contra autoridades públicas”.
Desde o último domingo (09/06/2019), o site vem divulgando conteúdo de mensagens trocadas por Moro e integrantes do MPF. As conversas mostram que o então juiz teria orientado as investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram, sugerindo inclusive a mudança da ordem de fases da operação, além de aconselhar, fornecer pistas e antecipar uma decisão ao procurador Dallagnol.
Mourão reconheceu que o vazamento das mensagens reverbera na articulação política no Congresso. “Está causando algum ruído. Mas em uma análise mais fria e tranquila, esse ruído está circunscrito a determinados grupos”, pontua.