“Se isso é um circo, você é o maior palhaço”, diz Randolfe a Marcos Rogério
Vice-presidente da CPI irritou-se com Rogério após o senador governista citar no colegiado que o depoente é primo de Lindbergh Farias (PT)
atualizado
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O senador Marcos Rogério (DEM-RO) discutiu, nesta quarta-feira (6/10), com o vice-presidente da CPI da Covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A desavença ocorreu devido a uma informação trazida pelo governista, na sessão destinada a ouvir o depoimento do diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho.
Rogério indagou o depoente sobre eventual grau de parentesco com algum político, ao que Rebello informou ser primo do ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O enfoque dado à relação entre o petista e o diretor-presidente irritou senadores de oposição. Eles sugeriram que o governista estaria tentando insinuar suposta ilicitude na indicação de Rebello ao cargo de chefia na ANS.
“Deixa de ser mentiroso, deixa de fazer palhaçada. Se isso aqui é um circo, você é o maior palhaço. Vem aqui proteger Ricardo Barros [líder do governo na Câmara], só vem proteger bandido aqui”, disparou Randolfe.
Marcos Rogério, então, rebateu: “Fiquem tranquilos, senadores. Os ataques de vossas excelências não me atingem. Cada um mede os outros com a sua régua”.
O vice-presidente do colegiado respondeu dizendo que o governista “tem assessor que dita a sua régua”, referindo-se a Marcelo Guimarães Cortez Leite, ex-assessor do gabinete do líder do Democratas, preso pela Polícia Federal por suposto envolvimento com tráfico interestadual de drogas.
Rebello foi convocado pela comissão para comunicar quais foram as ações promovidas pela ANS diante das denúncias levadas à CPI sobre a ação da Prevent Senior na pandemia. Em sua primeira intervenção na oitiva, o diretor da ANS considerou as acusações contra a operadora de saúde “extremamente graves”.
A convocação de Rebello também visa levantar informações sobre a atuação dele enquanto chefe de gabinete do Ministério da Saúde – cargo que ocupou entre 2016 e 2018, sob o comando do então ministro Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo na Câmara dos Deputados.