Se a decisão fosse do brasiliense, o impeachment de Dilma estaria decretado
Segunda rodada da pesquisa Metrópoles/Dados revela que 56,1% dos eleitores do DF acham que a presidente deve deixar o cargo. Desgaste chega a Eduardo Cunha
atualizado
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A maioria dos eleitores brasilienses é a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Pesquisa encomendada pelo Metrópoles ao Instituto Dados mostra que 56,1% da população é a favor de destituir a chefe do Executivo do cargo. Por outro lado, quase um terço (27,9%) dos entrevistados se disse indiferente à permanência ou não de Dilma na Presidência da República.
O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 15 de dezembro, às vésperas da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que alterou o rito proposto pela Câmara dos Deputados e concedeu ao Senado autonomia para barrar o impeachment. O posicionamento da Corte, considerado uma vitória pelo governo, deu uma trégua à presidente. Pelo menos, por enquanto.
A pesquisa ouviu 1.202 eleitores em diversas regiões do DF. Poucos se abstiveram de dar suas opiniões sobre o tema (5,3%) e apenas 10,7% se declararam contra o possível afastamento.
Possíveis sucessores
A grande maioria dos entrevistados pela pesquisa Metrópoles/Dados (70,7%) demonstrou esclarecimento sobre quem seria o sucessor da presidente caso o impeachment fosse aprovado. Eles apontaram o vice-presidente Michel Temer (PMDB) como o sucessor natural de Dilma Rousseff.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi citado por 7,3% dos brasilienses como o sucessor de Dilma. Para 4,4% das pessoas ouvidas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) seria o novo chefe do governo brasileiro e 1,6% apontou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como o próximo na linha sucessória da Presidência da República.
Com o enorme desgaste político do país, a presidente Dilma Rousseff não se tornou o único alvo da antipatia e discordância dos brasileiros. No Distrito Federal, 48,5% dos eleitores afirmaram durante o levantamento que Eduardo Cunha deveria perder o mandato de deputado federal. Em tempos de tanta rejeição e impopularidade, há quem veja o dado como “lucro”. A defesa da cassação é feita por apenas 8,8% das pessoas.
A situação do parlamentar não faz diferença para 30,7% dos brasilienses. Resta saber se é sinal de neutralidade ou desprezo dos participantes em relação a Cunha.