Santos Cruz: decisão sobre Pazuello é “ataque frontal à disciplina”
O comandante do Exército, Paulo Sérgio Oliveira, decidiu arquivar o procedimento administrativo contra o general e ex-ministro da Saúde
atualizado
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O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que a decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello após ele ter participado de um ato pró-governo é uma “vergonha”. Para ele, “o conjunto dos fatos é uma desmoralização”.
Em uma publicação no Facebook nesta sexta-feira (4/6), o general desabafou sobre o arquivamento do processo. O comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, decidiu arquivar o procedimento administrativo após ouvir a versão do general. Segundo ele, não houve prática de transgressão militar.
Na publicação, Santos Cruz se refere ao arquivamento do processo como um “ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar”.
O general ainda atribui ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a responsabilidade pelo arquivamento: “Mais um movimento coerente com a conduta do presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia, ele avança mais um passo na erosão das instituições”, diz no texto.
Santos Cruz enfatiza que, frequentemente, com uma conduta pessoal, o chefe do Executivo procura “desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições”.
Processo
No último dia 23 de maio, no Rio de Janeiro, Pazuello subiu em um carro de som ao lado do chefe do Executivo federal. Eles prestigiavam manifestação pró-governo organizada por motociclistas na capital fluminense.
Foi instaurado, portanto, um processo administrativo contra o general, uma vez que o Estatuto dos Militares e o Regulamento Disciplinar do Exército proíbem que militares da ativa participem de atos políticos.
Em defesa, ele recorreu ao artigo 6 do Regimento Disciplinar do Exército, dizendo que a participação no ato se deve a “honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito de que é objeto ou se torna merecedor o militar, perante seus superiores, pares e subordinados”.
Na quinta-feira (3/6), o Exército Brasileiro (EB) anunciou a decisão de não punir o general Pazuello.
“Acerca da participação do General de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general”, comunicou o Exército.