Salles é recebido com protestos em Berlim: “Não destruam a Amazônia”
Ministro do Meio Ambiente pretende discutir futuro das contribuições ao Fundo Amazônia, afetado pelas queimadas
atualizado
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi recebido nesta segunda-feira (30/09/2019) com protestos em Berlim, capital da Alemanha. O ato foi organizado pelo grupo Gira, braço do Greenpeace, que se juntou ao protesto.
Cerca de 50 manifestantes participaram do movimento, de acordo com a agência alemã Deutsche Welle (DW). Segurando bandeiras do Brasil e da Alemanha, eles montaram um cordão de isolamento em frente ao prédio a fim de impedir a entrada de Salles.
Também estenderam uma faixa na fachada com a frase “Sem acordos com criminosos do clima”, em referência ao tratado Mercosul-União Europeia. Exibiram ainda o tronco de uma árvore em chamas. “Não destruam a Amazônia”, apontou o texto.
“A agenda do governo Bolsonaro em relação ao clima tem sido a favor do lobby do agronegócio, mas a destruição da Amazônia é algo que coloca todos no planeta em perigo”, disse o representante do Greenpeace, Jannes Stoppel, à DW.
— Greenpeace e.V. (@greenpeace_de) September 30, 2019
Salles faz um tour pela Europa a fim de atrair investimentos. O ministro foi aos Estados Unidos, onde teve reuniões em Washington e Nova York. Em seguida, viajou a Paris, na França, e agora está em Berlim, na Alemanha. Depois, vai para Londres, na Inglaterra.
“Vamos mostrar que o Brasil é exemplo de sustentabilidade e que segue protegendo o meio ambiente, com responsabilidade e compromisso”, escreveu Salles em rede social, ao compartilhar reportagem sobre as viagens.
O tour do ministro do Meio Ambiente acontece em meio a uma crise no país que ganhou repercussão internacional. O número de queimadas e desmatamentos na Amazônia, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disparou com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que é “dramática” a situação do Brasil em questões ambientais e de direitos humanos sob o atual governo. O país europeu também cortou, juntamente com a Noruega, repasses destinados ao Fundo Amazônia.