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“Salada de frutas” abasteceu campanha de Dilma e Temer, diz Delcídio

Em depoimento ao TSE, o senador cassado afirmou que parte do dinheiro da obra de Belo Monte financiou chapa do presidente

atualizado

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Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
Plenário do Senado Federal – Brasília(DF), 10/05/2016
1 de 1 Plenário do Senado Federal – Brasília(DF), 10/05/2016 - Foto: Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Um dos delatores da Operação Lava Jato, o senador cassado Delcídio Amaral disse em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a obra da usina hidrelétrica de Belo Monte rendeu R$ 142 milhões em propina para o PT e o PMDB. Parte do dinheiro desviado, definido como “salada de frutas” por Delcídio, teria abastecido a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014.

“É um mix. Parte via doações oficiais, parte pros candidatos. Eu não elimino a hipótese de Caixa Dois também, é bem possível que tenha acontecido. É uma espécie assim de salada de frutas, né? Ou seja, tem participação, tem pra todos os gostos. Tem doação oficial, tem Caixa Dois, são várias alternativas. Não acredito que os 142 milhões tenham ido especificamente só pra uma campanha. Não, isso aí foi distribuído”, disse Delcídio.

O senador cassado deu depoimento ao TSE no âmbito do processo que apura eventuais irregularidades cometidas pela campanha que reelegeu Dilma Rousseff à Presidência da República em 2014. Em outubro, o Estado informou que Delcídio havia reiterado ao TSE que a campanha de Dilma recebeu dinheiro desviado de Belo Monte – a íntegra do depoimento foi disponibilizada nesta terça-feira (22/11) pela Corte Eleitoral.

Para o ex-líder do governo Dilma no Senado, o PMDB foi uma espécie de “sócio majoritário” do PT na propina de Belo Monte. Indagado sobre quanto foi pago para quem, Delcídio disse não saber os valores atribuídos a cada um.

“R$ 142 milhões, aproximadamente e dentro de um grande acordo que foi feito com o PT e o PMDB, e, nesse caso específico, com o PMDB, que eu acredito que foi o mais bem aquinhoado partido, pelo menos no caso Belo Monte – não estou dizendo que o PT não tenha sido, mas acho que o PMDB foi talvez o grande condutor aí do processo. Agora, volto a repetir, eu não fui tesoureiro de campanha e eu não sei os valores atribuídos a cada um”, comentou o senador cassado.

Campanha
Sobre a destinação de dinheiro de propina a campanhas eleitorais, Delcídio disse que “candidato majoritário sabe de onde é que vêm as coisas”.

“A candidata majoritária, com certeza, saberia. O vice-presidente, à época, talvez – talvez – não soubesse o todo. Até porque eu convivi muito com os dois, e havia uma certa idiossincrasia entre os dois, né?”, disse Delcídio.

Delcídio afirmou que Temer foi um vice “quase que decorativo”, que passou por “situações de absoluto constrangimento”. “E ele é um homem educado, né? Eu vi o sofrimento dele”, afirmou o senador cassado.

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