Rússia apoia entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU
Em comunicado conjunto, Bolsonaro agradeceu Putin por defender o Brasil como “merecedor de um assento permanente” no órgão reformado
atualizado
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Moscou e Brasília – Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (16/2), em Moscou, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, expressou apoio à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais.
Em comunicado conjunto divulgado pelo Itamaraty após a reunião entre os dois líderes, o presidente Bolsonaro agradece o presidente Putin pelo “reiterado apoio russo ao Brasil como forte candidato, merecedor de um assento permanente em um Conselho de Segurança das Nações Unidas reformado”.
Mais cedo, depois de reunião com o chanceler brasileiro, Carlos França, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, já havia falado sobre o apoio à demanda brasileira.
“A Rússia apoia a candidatura do Brasil para membro permanente do Conselho de Segurança, dada a ideia de expandi-lo para incluir países em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África”, disse Lavrov em pronunciamento ao lado de França.
Segundo o comunicado conjunto, Putin também apoia a eleição do Brasil para assento não-permanente no Conselho de Segurança, no biênio 2022-2023, quando o país deve voltar a ocupar uma das cadeiras rotativas depois de 10 anos. O retorno ao órgão foi aprovado em junho de 2021, quando o Brasil obteve 181 votos dos 193 países-membros da ONU.
O órgão é atualmente composto por 15 membros com direito a voto, os cinco permanentes têm direito a veto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Os demais 10 assentos são distribuídos de acordo com a região.
O G4, formado por Brasil, Alemanha, Índia e Japão, defende uma reforma do Conselho de Segurança de modo a ampliar o número de assentos permanentes e não permanentes.
A instância pode ordenar operações militares internacionais, aplicar sanções e criar missões de paz para encerrar conflitos ou auxiliar na recuperação após conflitos e catástrofes. O Brasil já foi responsável por uma dessas missões, no Haiti, iniciada em 2004.
Encontro com Putin
Bolsonaro se reuniu com Putin no Palácio do Kremlin, sede do governo russo, para uma reunião bilateral seguida de almoço. Depois, os dois presidentes fizeram declaração conjunta no salão Ekaterina, dentro do Kremlin.
Mais cedo, em rápida declaração ao chegar ao Kremlin, Bolsonaro tinha afirmado que o Brasil é “solidário” à Rússia. O presidente brasileiro, no entanto, não fez menção pública à tensão das últimas semanas na região da fronteira entra a Rússia e a Ucrânia, no leste europeu.
“Somos solidários à Rússia. Temos muito o que colaborar em várias áreas. Petróleo e gás. Agricultura. Tenho certeza que até mesmo essa passagem por aqui, o retrato para o mundo será de que podemos crescer muito nas nossas relações bilaterais”, disse Bolsonaro.