Rosso diz que não decidiu sobre desistência da disputa pela Câmara
O PSD formalizou seu apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, com isso Rosso pode desistir da candidatura
atualizado
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Logo após a divulgação de uma nota onde o PSD formaliza seu apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) disse desta terça-feira (24/1) que ouvirá o fundador da sigla, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), e seu aliado Jovair Arantes (PTB-GO), adversário de Maia na disputa, antes de anunciar seu futuro como candidato. “Estou decidindo ainda”, declarou à reportagem.
Rosso já marcou uma entrevista coletiva para amanhã, onde anunciará sua decisão. Ele afirmou que pretende conversar com aliados do Centrão e outros deputados que manifestaram disposição de apoiá-lo, caso ele se mantenha na disputa. “Tenho de refletir para o bem da bancada, do partido e da Câmara”, disse. De acordo com Rosso, colegas do PSD estão reiterando a disposição de votar nele, mesmo que sua candidatura não tenha o respaldo da legenda.
Líder da bancada do PSD até o final do mês, Rosso vem sendo estimulado por deputados do Centrão a concorrer para garantir que a eleição vá para o segundo turno. Ao mesmo tempo, pesa contra a candidatura de Rosso o fato de não ter o apoio oficial de nenhuma sigla e seu próprio partido pregar abertamente a recondução de Maia. Aliados do deputado dizem que ele tende a ficar na disputa, ainda que em condições adversas.
Enquanto o novo líder do PSD, Marcos Montes (MG), esperava Maia para o segundo encontro da semana, desta vez em Uberaba, Rosso passou o dia desaparecido, com o telefone desligado e sem retornar as mensagens de Montes ou dos funcionários da liderança do partido. Montes pretendia submeter o conteúdo da nota oficial a Rosso, mas decidiu divulgar a formalização do apoio mesmo sem consultar o deputado.
Em tom de quem não tem a intenção de abandonar a disputa, o parlamentar escreveu uma nota a todos os deputados nesta tarde defendendo a reaproximação do Parlamento com a sociedade. “Não podemos mais ser simplesmente reativos. Não falo aqui de protagonismo ou de independência. Falamos de uma Câmara proativa tomando iniciativas e propondo soluções, buscando alternativas e ações para retomarmos o crescimento e o desenvolvimento econômico e social do País”, afirmou.
No texto, Rosso diz que o funcionamento da Casa precisa ser “mais racional” e condena as votações durante a madrugada. “Sessões de Plenário que entram na madrugada, além de serem dispendiosas, desagradam a ampla maioria da Casa e da sociedade e não raramente temos nos deparado com essas situações. É imprescindível e recomendado requalificar o planejamento da pauta de votações e acordar prioridades com os parlamentares, lideranças, partidos e sociedade. Assuntos de última hora e com relatórios urgentes de Plenário são regimentalmente válidos mas não podem se tornar regra”, escreveu.