Rosso aproveita os corredores vazios para tentar atrair holofotes
Em entrevista coletiva, o deputado do DF disse que racha no Centrão e falta de apoio de partidos de esquerda prejudicaram sua candidatura
atualizado
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Ainda rouco e dizendo sentir febre, Rogério Rosso (PSD-DF) convocou a imprensa na tarde desta sexta-feira (15/7) para avaliar a derrota no Plenário da Câmara dos Deputados durante a votação que elegeu o novo presidente da Casa. Aproveitou os corredores vazios para atrair todos os holofotes. O deputado atribuiu o resultado negativo a um racha no Centrão – grupo de partidos menores e ligados a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – e à falta de apoio dos partidos de esquerda. Segundo ele, não conseguiu apoio por ter presidido a comissão do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
Rosso começou o discurso resumindo a candidatura à presidência como uma “diversão, no bom sentido”. Disse que a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) fará a Câmara “virar a página”. Questionado se a ligação com Cunha o teria enfraquecido na disputa, o parlamentar do DF despistou dizendo que a relação dos dois é apenas “institucional” e que o vínculo foi “uma estratégia dos adversários para enfraquecê-lo”.Sobre o Centrão, o deputado sinalizou um racha no grupo e criticou a quantidade de parlamentares indicados para concorrer à vaga de presidente. “Os partidos tiveram dificuldade em ter entendimento de que algumas candidaturas deveriam ser retiradas”, afirmou. Ele evitou falar se o desentendimento entre as legendas seria o fim do bloco. “O desafio é construir e consolidar a base do governo.”
Derrotado por Maia no segundo turno, em um placar de 285 a 170, Rosso indicou que a ida dos dois governistas à segunda etapa da votação representou uma vitória do presidente em exercício Michel Temer (PMDB). “Se o Castro (Marcelo Castro, ex-ministro da Saúde do governo Dilma, e indicado para concorrer por uma parte do PMDB) fosse, a governabilidade não seria um alinhamento natural”, declarou.
Assim como na disputa ocorrida esta semana, o deputado evitou falar se tem interesse em concorrer na próxima eleição para presidente da Câmara, que ocorre no início de 2017. “Se em 15 dias o cenário mudou quatro vezes, imagine até fevereiro”, resumiu.
Eleito pelo Distrito Federal, Rosso também afirmou que, para 2018, não tem interesse em disputar o Palácio do Buriti. A passagem pelo GDF como governador-tampão não deixou mesmo boas lembranças, em especial para os eleitores. Ao deixar o governo, ele tinha apenas 29% de aprovação, segundo pesquisa Datafolha da época. O mesmo levantamento apontou que Rosso tinha a pior nota entre nove governadores avaliados: 4,9. Talvez por isso ele afirme que pretende tentar a reeleição na Câmara ou disputar uma das duas vagas que estarão abertas no Senado.