Rodrigo Maia: “O Congresso não é um puxadinho do Executivo”
Candidato à reeleição, o presidente da Câmara defendeu voto secreto como forma de garantir independência do Legislativo
atualizado
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Ao comentar o imbróglio envolvendo a questão do voto secreto no Senado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ser contrário ao voto aberto. Segundo ele, somente o voto secreto é capaz de garantir a independência do Poder Legislativo em relação ao Poder Executivo.
“Sou contra o voto aberto que, hoje, me beneficiaria aqui. Mas as pessoas passam e as instituições ficam. O que garante a independência deste Poder em relação àquele que está do outro lado da rua (Executivo) é exatamente o voto secreto”, disse Maia, que concorre à reeleição como presidente da Câmara, com o apoio de pelo menos 13 partidos. Se vencer, será a terceira vez que o carioca comandará a maior Casa do Legislativo federal.
Na Câmara, o voto será secreto. Os deputados votarão em urna eletrônica e há a possibilidade de a decisão ir para o segundo turno. O regimento interno exige maioria absoluta dos votos, ou seja, 257 adesões na primeira votação. Se esse patamar não for atingido por nenhum dos candidatos, abre-se o segundo turno.
Para Maia, se o voto não fosse secreto, todos os governo conseguiriam ter na Presidência da Câmara uma aliado. “Senão, governos com muita política, como foi o do PT, como foi o Fenando Henrique (PSDB) e do Michel Temer (MDB), nunca perderiam uma eleição nesta Casa”, completou Maia.
Para ele, o Congresso não pode ser considerado uma extensão do Planalto, ou seja, “um puxadinho”.
“O Congresso não é o puxadinho do Poder Executivo. Quando a gente abre o voto, o governo marca o voto de cada deputado e de cada senador, isso tira a independência da eleição nas duas Casas”, ponderou. “Hoje, a gente pode não gostar de A ou não gostar de B, mas amanhã, o eu fica é a necessidade de uma clara independência entre os Poderes”, destacou.