Ricardo Velez Rodriguez será ministro da Educação, diz Bolsonaro
Indicado pelo presidente eleito é filósofo e professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
atualizado
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou na noite desta quinta-feira (22/11) o nome do futuro ministro da Educação. É Ricardo Velez Rodriguez. O indicado é colombiano e filósofo. Autor de mais de 30 obras, atualmente professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O anúncio foi feito pelo Twitter:
Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Velez Rodriguez, Filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente Professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 22 de novembro de 2018
Segundo o perfil publicado por Bolsonaro, o futuro ministro da pasta é mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho. “Pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron, Paris, com ampla experiência docente e gestora”, completou.
O nome do professor tem apoio da bancada evangélica, que na véspera vetou o educador Mozart Neves para o cargo. À tarde, Bolsonaro se reuniu por três horas na Granja do Torto, em Brasília, com o procurador regional da República no Distrito Federal Guilherme Shelb, que também era cotado para o cargo. Ao deixar o local, Shelb admitiu ter apoio “muito significativo” da bancada evangélica e reafirmou ser a favor do movimento Escola Sem Partido.
Escola sem Partido e críticas ao Enem
O professor é um desconhecido na comunidade educacional. Ele mantém um blog em que contou, em 7 de novembro, que foi indicado a Bolsonaro pelo filósofo Olavo de Carvalho para comandar a pasta.
No texto, ele diz que é preciso “refundar” o Ministério da Educação no “contexto da valorização da educação para a vida e cidadania a partir dos municípios” e que será o ministro da Educação para “tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de “mais Brasil e menos Brasília”. Diz, ainda, que Bolsonaro venceu porque representou a insatisfação de todos os brasileiros contra governos petistas.
O professor também é crítico de outros nomes que foram pensados para o MEC, como a da presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini. Para o futuro ministro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) prova que ela é responsável, atualmente, por um “instrumento de ideologização”.
Sobre educação, Velez escreve de maneira complicada, mas deixa clara sua afinidade com projetos como o Escola sem Partido. Em seu blog, ele diz que os brasileiros estão “reféns de um sistema de ensino alheio a suas vidas e afinado com a tentativa de impor à sociedade uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de ‘revolução cultural gramsciana’, com toda a sorte de invenções deletérias em matéria pedagógica, como a educação de gênero”.
Para ele, essa educação atual estaria “destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em suma, do patriotismo”.
O professor também tem um livro, de 2015, chamado A Grande Mentira. Lula e o Patrimonialismo Petista, em que critica o PT. Na contracapa, diz que o partido conseguiu “potencializar as raízes da violência” mediante a disseminação “de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a ‘revolução cultural gramsciana’”. (Com informações da Agência Estado)