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Revoltados, jornalistas internacionais deixam Itamaraty antes da posse

Esquema de segurança obrigou profissionais da imprensa a chegarem ao local 8 horas antes do evento. Eles foram colocados em um chiqueirinho

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Itamaraty
1 de 1 Itamaraty - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

No início da tarde desta terça-feira (1º/1), jornalistas franceses, chineses e de outros três países abandonaram a cobertura da posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O grupo estava no Palácio Itamaraty, onde será oferecido um jantar aos chefes de Estado que vieram ao Brasil presenciar a cerimônia.

Repórteres brasileiros e estrangeiros foram obrigados a chegar ao Ministério das Relações Exteriores às 11h, mas o evento está marcado para começar apenas às 19h. A justificativa para a espera de oito horas é o esquema de segurança. Além disso, todos os jornalistas foram colocados em um espaço minúsculo batizado de “chiqueirinho” e impedidos de circular pelo Itamaraty.

Por volta das 13h, cinco profissionais da imprensa estrangeira foram embora após os seguranças do ministério descartarem as garrafas de água mineral levadas por eles. Procurada, a assessoria de imprensa do futuro governo Bolsonaro disse à reportagem que quem iria comentar a saída dos repórteres seria o Itamaraty. Mas, segundo o ministério, os jornalistas estão sendo bem tratados:   foram oferecidos a eles café da manhã e almoço. Aqueles que prefeririam se retirar foram acompanhados até a saída.

Profissionais credenciados no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional também foram obrigados a se apresentarem cedo às áreas destinadas à imprensa. Pela primeira vez em uma posse presidencial, os jornalistas só tiveram acesso aos locais de trabalho por meio de um ônibus fretado pelo governo. O primeiro veículo saiu do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) às 9h30 levando os repórteres para a Câmara dos Deputados, mas a cerimônia estava marcada para começar por volta de 15h.

Além disso, ao contrário de posses anteriores, jornalistas não podem transitar livremente pela Esplanada dos Ministérios. Os profissionais não têm autorização para falar com o público que acompanha o desfile de Bolsonaro, nem podem sair da cobertura do Congresso Nacional e ir ao Palácio do Planalto ou ao Itamaraty. Todos esses locais realizam cerimônias diferentes da posse presidencial.

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