Reverendo foi recebido no Ministério da Saúde 4h após enviar e-mails
Amilton Gomes de Paula disse ainda que esteve na pasta três oportunidades – em 22 de fevereiro e 2 e 12 de março
atualizado
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O reverendo Amilton Gomes de Paula negou, nesta terça-feira (3/8), à CPI da Covid-19, que tivesse contatos ou influência no governo federal. Mesmo assim, destacou ter conseguido três reuniões com a cúpula do Ministério da Saúde apenas enviando e-mails. As audiências ocorreram em 22 de fevereiro e 2 e 12 de março.
“Eu não tinha contatos. Os contatos que eu tinha era sempre de forma formal, eletrônica”, disse Amilton de Paula.
O reverendo disse que foi procurado pelo PM Luiz Paulo Dominghetti, suposto negociante de vacinas, no dia 16 de fevereiro, ocasião em que comentou sobre as 400 milhões de doses. No dia 22 do mesmo mês, às 12h39, disse ter encaminhado um e-mail para o Ministério da Saúde solicitando a encontro para o mesmo dia, às 16h30, para tratar da compra das vacinas. E foi atendido.
Amilton de Paula afirmou que esteve no Ministério da Saúde em duas outras oportunidades. Essa última contou com a presença do então secretário-executivo Élcio Franco.
O reverendo, todavia, negou que conhecesse agentes públicos, diretores do Ministério e mesmo do Palácio do Planalto. “Fui lá como embaixador mundial da paz”, disse ele. “Imagino que por causa da escassez [de vacinas] que estávamos vivendo, fomos recebidos”, acrescentou.
Amilton de Paula, que fundou a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma organização sem fins lucrativos (ONG), teria sido autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar vacinas da AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
O reverendo também é apontado como intermediário das tratativas entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply, que ofertou doses de vacinas ao governo federal.