Reunião na Câmara tem tapa na mesa, puxão de orelhas e ameaça de ida ao STF
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, teria dito a Arthur Lira, líder do Centrão: “Não bata na mesa. Você não está em Alagoas”
atualizado
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Em meio ao impasse envolvendo a perda de prazo no registro do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP), a reunião do colégio de líderes na Câmara dos Deputados foi suspensa. Grupo pró-Arthur Lira (PP-AL) do colegiado ameaça ir ao Supremo Tribunal Federal (STF), porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deferiu o ingresso do PT no bloco do emedebista.
A reunião foi tensa, com troca de ofensas e tapa na mesa. O grupo pró-Lira se retirou da conversa e entrou na Primeira Secretaria da Casa.
Maia teria chegado a dizer a Lira, segundo a revista Veja, para que ele não batesse na mesa, durante um momento de exaltação do líder do Centrão: “Você não está em Alagoas”.
Apoiado pelo Palácio do Alvorada, Lira, candidato à presidência da Câmara dos Deputados, criticou a condução do atual ocupante do cargo. “Ele [Rodrigo Maia] não tem condição pessoal, ética ou moral de conduzir esse processo. Ele tem que ser afastado urgentemente pelo STF”, reclamou.
Dois blocos parlamentares foram formalizados na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados nesta segunda. O prazo se encerrava ao meio-dia, a poucas horas da eleição da Mesa Diretora da Casa, que ocorre a partir das 19h.
O bloco de apoio de Lira é composto por: PP, PSL, PL, PSD, Republicanos, Podemos, Pros, Patriota, PSC, PTB e Avante, com 259 deputados.
O segundo maior bloco seria o de Rossi, formado por PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede, com 194 parlamentares. Sem PT, o bloco ficaria com 141.
O PT, com 53 deputados, teria registrado a inclusão no bloco às 12h06, seis minutos após o prazo. O imbróglio ocorreu porque Maia aceitou o registro.
“Houve um problema técnico no software, mas estamos no bloco do Baleia, sim”, explicou o líder do PT na Câmara, Ênio Verri (PR).