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Renúncia de Cunha poderia adiar votação, diz Marcos Rogério

O parlamentar avalia que a renúncia e a cassação teriam os mesmos efeitos eleitorais e deixaram o deputado inelegível, porém teria desdobramentos em relação ao foro privilegiado

atualizado

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Agência Câmara
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1 de 1 marcos-rogerio-46 - Foto: Agência Câmara

O relator do Conselho de Ética da Câmara, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), avaliou que uma eventual renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), às vésperas da análise de sua cassação, poderia adiar a votação por pelo menos alguns dias, porém não teria efeito prático. “Uma renúncia nesse momento não altera o processo, pois ele teria os seus direitos suspensos até o final do processo. Não tem efeito prático algum”, comentou o deputado nesta segunda-feira (12/9).

A hipótese, que tem sido ventilada por aliados de Cunha, foi vista como pouco provável por Rogério. Ele acredita que Cunha não optaria pela renúncia. “Eu particularmente acho que, se ele tivesse que renunciar, teria feito isso antes. Isso foge à lógica do comportamento dele, que enfrentou o processo até agora”, afirmou.

O parlamentar avalia que a renúncia e a cassação teriam os mesmos efeitos eleitorais e deixaram Cunha inelegível, porém teria desdobramentos em relação ao foro privilegiado. Cunha atualmente é réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

A renúncia, de acordo com os deputados aliados, embaralharia a votação marcada para a noite desta segunda e a jogaria para depois das eleições municipais – quando teriam mais chance de conseguir apoio contra a cassação.

Segundo a Constituição, enquanto a Câmara não fizer a sessão que decidirá pelo fim do processo, o deputado que renunciou continua a gozar de foro privilegiado na Justiça, embora não seja mais parlamentar. Cunha teme perder a “proteção” do Supremo e cair nas mãos de Sérgio Moro, juiz de 1ª instância que comanda a Operação Lava Jato.

Almoço
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convidou alguns líderes partidários para um almoço nesta segunda, em sua residência oficial. Foram chamados os líderes da antiga oposição (DEM, PSDB, PPS, e PSB), PR e Rede.

Os parlamentares vão discutir durante o almoço o rito da votação da cassação de Cunha. Segundo o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), os parlamentares estão analisando “apenas alguns pontos para evitar tumultos no plenário”. Aliados de Cunha devem apresentar questões de ordem para tentar prolongar a votação destas segunda.

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