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Renan: não devo falar sobre impeachment de Janot nesta quarta (22/6)

De acordo com o presidente do Senado, o último pedido de impeachment contra Janot recebeu um aditamento com a inclusão de alguns fatos novos e foi para análise da advocacia-geral da Casa

atualizado

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Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
Eleição dos membros da Comissão Especial que analisará processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Brasília – DF 25/04/2016
1 de 1 Eleição dos membros da Comissão Especial que analisará processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Brasília – DF 25/04/2016 - Foto: Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (21/6) que não dará resposta sobre o pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta quarta-feira (22), como havia dito anteriormente. O senador não deu novo prazo para a análise.

De acordo com Renan, o último pedido de impeachment contra Janot recebeu um aditamento com a inclusão de alguns fatos novos. Por essa razão, ele enviou o pedido para análise da advocacia-geral do Senado e só dará resposta quando a matéria voltar para seu gabinete. Não existe prazo para esse trâmite.

Renan buscou defender sua isenção ante a tarefa de aceitar ou arquivar o processo. Nas últimas semanas, ele havia expressado forte indignação com a atuação de Janot. “O senador Renan, eleito por Alagoas, tem o direito de se indignar. Mas o presidente do Senado, não”, alegou.

O peemedebista chegou a dizer para aliados que gostaria de aceitar o pedido e colocou a questão em discussão durante reunião de líderes do Senado na semana passada. Não recebeu, entretanto, o apoio dos colegas.

O pedido foi feito na semana passada por duas advogadas de movimento contrário à presidente afastada Dilma Rousseff. Além desse, existem outros quatro pedidos de impeachment contra Janot que aguardam resposta do presidente do Senado. Dentre estes, pedidos de autoria do senador Fernando Collor (PTC-AL).

Lei de delações
Renan também negou qualquer intenção de fazer modificações na Lei de Delações durante seu mandato à frente da Casa. Ele defendeu que é preciso que a lei seja revista, mas que não estará à frente dessa modificação.

“Enquanto eu for presidente do Senado, não vai acontecer. Evidentemente que essa matéria precisa ser aperfeiçoada, mas eu não vou me desbordar do meu papel. Não vamos aprimorar a Lei de Delação por um canetaço do presidente do Senado”, afirmou.

Nas gravações da delação premiada em que é flagrado em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Renan aparece defendendo modificações na lei. A opinião era pública e já conhecida. Nessa semana, entretanto, foi levantada a hipótese de que Renan poderia dar celeridade a projetos que tramitam no Senado nessa direção.

O peemedebista negou veementemente e disse nem sequer conhece os projetos que correm no Congresso com o intuito de modificar a Lei de Delações. Por outro lado, Renan apontou vários pontos que acredita que precisam ser revistos.

“Será que é correto alguém que desviou milhões dos cofres públicos fazer uma delação e receber como prêmio a oportunidade de salvar uma parte desses recursos desviados? Será que a Procuradoria-Geral da República não deve postular a volta desses recursos para o Tesouro?”, sugeriu.

Renan também citou o exemplo dos Estados Unidos, onde delações que têm o conteúdo vazado pela imprensa são anuladas. De acordo com fontes, esse seria um dos pontos que Renan gostaria de incluir em um projeto de modificação da lei. Os últimos vazamentos de Machado, por exemplo, atingiram diretamente Renan

O presidente do Senado argumentou que sua sugestão não tem qualquer relação com o aprofundamento da investigação da Operação Lava Jato e que esse é um caso superado. As modificações seriam para situações futuras.

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