metropoles.com

Renan indica que 96% da compra de cloroquina ocorreu quando ineficácia estava comprovada

Quase todo o gasto com o remédio ocorreu em dezembro de 2020, quando estudos já provavam que remédio era ineficaz contra a Covid-19

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/Ministério da Defesa
cloroquina
1 de 1 cloroquina - Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

O gasto com a compra e a fabricação de cloroquina, remédio ineficaz contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, disparou em dezembro de 2020.

Segundo o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada pelo Senado, 96% do gasto com a aquisição e a produção do remédio ocorreu em dezembro do ano passado, quando já havia um quase consenso na comunidade científica sobre a ineficácia da droga contra a doença.

“As despesas se multiplicaram 17 vezes entre 2019, quando ainda não havia Covid-19 no mundo, e 2020, ano em que se iniciou a pandemia”, aponta o relatório.

O documento foi elaborado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ele ainda cita momentos que o governo defendeu o uso da droga.

“No Brasil, tomando a cloroquina no início dos sintomas, 100% de cura”, destacou a apoiadores o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já em meio ao agravamento da pandemia no país.

A cloroquina foi uma das principais personagens da CPI e centralizou inumeráveis embates. O termo aparece no relatório 590 vezes.

Em maio de 2020, o Ministério da Saúde divulgou recomendação de prescrição de cloroquina. A mudança ocorreu após dois ministros pedirem demissão por não concordarem com a diretriz.

A cloroquina é normalmente utilizada para tratar malária e doenças autoimunes, como lúpus.

Veja a íntegra do relatório:

Relatório final da CPI da Covid-19 by Metropoles on Scribd

Na CPI

Renan Calheiros lerá o parecer na sessão desta quarta-feira (20/10). A votação será na próxima terça-feira (26/10). Nesta terça-feira (19/10), ocorreu o último depoimento aos senadores.

O relatório tem 72 pedidos de indiciamentos. Entre os nomes listados, estão o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e três de seus filhos – o vereador no Rio de Janeiro Carlos (Republicanos-RJ), o senador Flávio (Patriota-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além três ministros e dois ex-ministros.

O relatório tem 1.178 páginas. Nele, há também outros congressistas, duas empresas e seus dirigentes, médicos, pesquisadores e influenciadores bolsonaristas.

A CPI foi criada para apurar supostas omissões e irregularidades do governo federal no combate à pandemia no Brasil.

Panorama

Desde o início da campanha de imunização, em 17 de janeiro, o Ministério da Saúde distribuiu 310,4 milhões de unidades da vacina. Desse total, 260,3 milhões foram aplicadas entre primeira, segunda e única dose.

Ao todo, o país registrou até esta terça 21,7 milhões de adoecimentos por Covid-19, e 603 mil mortes pela enfermidade.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?