Renan: “Falas de Guedes são estapafúrdias e soam como autoconvocação”
Relator da CPI da Covid-19 ironizou declarações do ministro da Economia, que é alvo de requerimento de convocação para depor na comissão
atualizado
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O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros, afirmou, nesta quarta-feira (5/5), que as reiteradas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, “são estapafúrdias” e “soam como uma autoconvocação” aos membros da comissão. Há requerimentos de convocação do ministro que ainda não foram apreciados pelo colegiado.
“O problema do ministro Paulo Guedes não é efetivamente dos recursos, mas ele tem feito declarações estapafúrdias que soam para a gente como autoconvocação dele. Eu não sei se o estado de espírito dele é esse”, ironizou Calheiros.
Entre as declarações, está a que Guedes deu, em março, sobre o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. À época, ele disse: “A entrega da vacina não está atrasada só agora, não. No primeiro dia, Mandetta saiu [da Economia] com R$ 5 bilhões no bolso. É desde aquela época que deveríamos estar comprando vacina, não é mesmo? O dinheiro estava lá”.
Em seu depoimento à CPI, na terça-feira (4/5), Mandetta reagiu: “Esse ministro Guedes, da Economia, é desonesto intelectualmente. Uma coisa pequena. Homem pequeno para estar onde está. Não soube nem olhar no calendário para dizer: ‘poxa, quando ele [Mandetta] estava aqui nem vacina sendo comercializada no mundo havia’. Só posso lamentar”.
Teich
O ex-ministro da Saúde Nelson Teich prestou depoimento à comissão, nesta quarta, por cerca de 6 horas. “O depoimento de hoje também foi muito bom do ponto de vista do que se quer da CPI. Vamos seguir esse roteiro traçado”, disse.
Sobre o fato de senadores governistas avaliarem que até então os depoentes não comprovaram qualquer crime do presidente Jair Bolsonaro, Renan disse que não cabe à CPI desqualificar o discurso do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e brincou: “É papel daquela outra parte que foi referida aqui com muita felicidade”.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, em relação ao agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.