Renan diz que convocará Onyx para CPI e pode pedir prisão “por coação”
Senador afirma que ministro da Secretaria-geral da Presidência não pode “continuar a ameaçar testemunhas”
atualizado
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O senador Renan Calheiros (MDB) afirmou, na noite desta quarta-feira (23/6), que a CPI da Covid deverá convocar o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, para depor. O relator da comissão parlamentar de inquérito disse que pode pedir a prisão de Lorenzoni se ele continuar a ameaçar testemunhas do processo.
“Vamos pedir a convocação dele e, se ele continuar a coagir a testemunha, vamos requisitar a prisão dele”, disse o senador, entrevista à Globonews.
Em entrevista coletiva, o ministro acusou o deputado Luis Miranda (DEM-DF) de mentir à CPI sobre irregularidades na compra da Covaxin, e anunciou que a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) foram acionadas para investigar o político e seu irmão, Luís Ricardo, chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde.
Luis Miranda afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e alertou sobre suspeitas de corrupção envolvendo a aquisição da Covaxin, vacina indiana contra a Covid-19.
“Deputado Luis Miranda, Deus tá vendo. Mas você não vai se entender com Deus só não. Vai se entender com a gente também…”, disse Lorenzoni.
Miranda também pediu a prisão do ministro, conforme revelado pela coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles. “Solicitei que a CPI peça a prisão do Onyx por coação de testemunha”, afirmou.
Alertas de possível corrupção
O deputado Luís Miranda disponibilizou ao Metrópoles as mensagens encaminhadas a um secretário do presidente da República, com os alertas de uma possível corrupção no processo de compras do imunizante indiano. A pedido do congressista, o nome do militar será preservado.
“Avise o PR [presidente da República] que está rolando um esquema de corrupção pesado na aquisição das vacinas dentro do Ministério da Saúde. Tenho provas e as testemunhas. Sacanagem da porra… A pressão toda sobre o presidente e esses ‘FDPs’ roubando”, escreveu o parlamentar às 12h55 do dia 20 de março. Como resposta, o auxiliar de Bolsonaro respondeu com uma Bandeira Nacional.
Uma hora depois, Miranda insistiu: “Não esquece de avisar o presidente. Depois, não quero ninguém dizendo que eu implodi a República. Já tem PF e o caralho no caso. Ele precisa saber e se antecipar”. Da mesma forma, a resposta foi com o símbolo nacional.
O congressista, então, afirmou ao ajudante de ordens que estaria “a caminho”, dando a entender que faria uma visita a Bolsonaro no Planalto. Dois dias depois, no dia 22 de março, Miranda encaminhou documentos para o mesmo número do ajudante de ordens presidencial. “Meu irmão quer saber do presidente da República como agir”, insistiu.