Renan chama Queiroga de “Pazuello de jaleco” e manda recado a Pacheco
Relator da CPI diz que “não aceita” que o presidente do Senado Federal paralise os trabalhos do colegiado para recesso parlamentar
atualizado
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O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), criticou, nesta quarta-feira (30/6), a decisão do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de instituir recesso na Casa em julho e de ter optado por deixar para depois a leitura de prorrogação dos trabalhos do colegiado.
“É uma coisa muito grave, o presidente do Senado, sob pretexto de fazer um recesso, paralisar os trabalhos dessa comissão parlamentar de inquérito. Em nome de quem nós vamos fazer isso?”, indagou o senador.
O relator afirmou que “não haverá acordo para paralisar a CPI”. “O presidente não quer prorrogar a CPI agora, quer paralisar os trabalhos. A sociedade não pode aceitar. Eu como relator da comissão sinceramente não aceito isso”, disse.
Antes de entrar em oitiva destinada ao depoimento do empresário Carlos Wizard, Calheiros repercutiu a reportagem da Folha de S. Paulo em que o representante da Davati Medical Supply acusa o diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, de cobrar propina em processo de aquisição de vacinas.
“Isso é uma coisa muito grave, por si só, demonstra que era um negacionismo sistemático e não ideológico. É pior que o negacionismo, é a corrupção. Precisa ser investigado e punido exemplarmente. A investigação está em curso, e vamos, à medida do possível, acrescentando nomes aos nomes investigados que já estão postos”, defendeu.
O senador ainda aproveitou para comentar a gestão do cardiologias Marcelo Queiroga frente ao Ministério da Saúde. O relator disse não ter notado diferença entre o atual ministro e seu antecessor, Eduardo Pazuello. “Queiroga é o Pazuello de jaleco”, disparou.
Isaías 41:10
A CPI da Covid ouve, nesta quarta, o depoimento do empresário Carlos Wizard. Ele chegou ao colegiado com uma placa da passagem bíblica Isaías 41:10.
O trecho diz: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa”.
O empresário será questionado sobre sua participação no “ministério paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19 e o papel dele nas negociações para aquisição de vacinas.
Wizard prestará depoimento em uma fase da CPI diferente daquela na qual, inicialmente, deveria ter comparecido, no último dia 17 de junho. Agora, o colegiado está focado em investigar ilicitudes na compra de vacinas.