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Renan: Bolsonaro “posa de macho no cercadinho” e emudece diante da CPI

Relator da CPI da Covid-19 atacou o presidente, que se negou a responder carta da comissão sobre denúncia de irmãos Miranda

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Senador Renan Calheiros na CPI da Pandemia
1 de 1 Senador Renan Calheiros na CPI da Pandemia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “posa de macho no cercadinho” e “emudece diante da CPI”.

Em documento protocolado na quinta-feira (8/7) na Presidência da República, a CPI pede que o mandatário explique as acusações feitas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que coordena a área de importação de insumos na pasta.

“O fato é que o presidente da República emudeceu numa questão que é muito importante para que nós possamos balizar o aprofundamento da investigação e possamos também ter uma resposta fundamental para [saber] de que maneira nós devemos tratar o deputado, e seu irmão”, disse Renan em entrevista à GloboNews.

O senador lembrou que o presidente não fala sobre o assunto há 13 dias. E que esse silêncio deixa muito mal o líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado Ricardo Barros.

“Porque ele em nenhum momento negou a afirmação que fizeram o deputado e o seu irmão. Isso é muito ruim para um presidente da República que posa de macho todos os dias no cercadinho do Alvorada e emudece diante da Comissão Parlamentar de Inquérito”, concluiu.

Irmãos Miranda

Em depoimento à CPI, os irmãos Miranda afirmaram que se reuniram com Bolsonaro para mostrar irregularidades na negociação da vacina indiana Covaxin.

O presidente Jair Bolsonaro confirmou o encontro, que ocorreu em 20 de março, no Palácio da Alvorada. A conversa durou 50 minutos. O mandatário do país, no entanto, negou que os irmãos apresentaram alguma denúncia.

Segundo o deputado Luis Miranda, na ocasião, Bolsonaro teria citado o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como possível envolvido no esquema. Barros nega envolvimento.

A carta

O documento entregue ao Planalto é assinado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL).

O documento pede uma manifestação sobre as acusações “em caráter de urgência”, diante das “imputações feitas a uma figura central desta administração”.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais na noite de quinta-feira, o chefe do Executivo federal voltou a afirmar que a comissão não está preocupada com a verdade, e “sim em desgastar o governo”.

“Não vou entrar em detalhes sobre essa CPI aí do Renan Calheiros e do Omar Aziz, que dispensa comentários, né? E eu não vou responder nada para esses caras. Não vou responder nada para esse tipo de gente, em hipótese alguma”, disse o presidente.

“Pergunto à CPI: você sabe qual a minha resposta, pessoal? Caguei. Caguei para a CPI. Não vou responder nada”, prosseguiu.

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