Relatório diz que gráfica suspeita fez serviços para campanha de Dilma
A VTPB, gráfica mencionada, é uma das empresas que tem sido alvo de perícia pelo TSE, a ser concluída na próxima semana, dentro da investigação eleitoral que pode gerar a cassação da chapa de Dilma e Michel Temer
atualizado
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Em relatório enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Secretaria da Fazenda Estadual de São Paulo afirmou que a gráfica VTPB Ltda “de fato” prestou serviços para a campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) na chapa com o atual presidente em exercício Michel Temer (PMDB). A documentação foi encaminhada dentro da prestação de contas de campanha da petista após solicitação de investigação pelo relator do caso, ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE. A suspeita era de que a empresa fosse de fachada.
“Segundo o extenso relatório produzido pela fiscalização diligenciante concluiu-se que, após a análise da documentação trazida pela empresa VTPB e pelos industrializadores dos materiais publicitários, de fato, ocorreu efetiva atividade do estabelecimento VTPB no agenciamento, administração e distribuição das mercadorias produzidas sob encomenda – santinhos”, diz o texto da secretaria paulista. O documento também confirma que a gráfica encerrou as atividades no dia 31 de outubro de 2014.A VTPB é uma das empresas que tem sido alvo de perícia pelo TSE, a ser concluída na próxima semana, dentro da investigação eleitoral que pode gerar a cassação da chapa de Dilma e Michel Temer.
No ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a arquivar pedido do ministro Gilmar Mendes, relator das contas de Dilma, para investigar a gráfica VTPB. Gilmar, que na época era vice-presidente do TSE, reenviou o pedido de investigação à PGR após a decisão de Janot. As decisões sobre a investigação geraram críticas dos dois lados.
Gilmar classificou como “ridículo” o documento em que Janot sugeria o arquivamento do pedido de investigação contra a gráfica por falta de indícios de irregularidade e disse que a argumentação ia de “pueril a infantil”. No texto, Janot destacou a “inconveniência” de Justiça e Ministério Público Eleitoral se tornarem “protagonistas exagerados do espetáculo da democracia”.